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HPV anal atinge 51,1% dos jovens da Região Norte; mulheres são maioria das infectadas

Em Belém, 265 jovens participaram da pesquisa realizada pela primeira vez em todo o país; objetivo é avaliar eficácia da vacina disponível no SUS desde 2014

Gabriel da Mota
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A Região Norte apresenta a maior taxa de infecção por HPV anal entre jovens brasileiros: 51,1%. Quando se considera outras formas de infecção pelo papilomavírus humano, o Norte também lidera: 63,5% (HPV genital) e 53,1% (HPV de alto risco). Os dados são preliminares e fazem parte de uma pesquisa inédita no país, realizada em 25 capitais brasileiras e no Distrito Federal, com pessoas entre 16 e 25 anos de idade e vida sexual já iniciada. Na capital paraense, 265 jovens participaram do estudo, feito a pedido do Ministério da Saúde.

De acordo com a pesquisadora líder do estudo, Eliana Wendland, a taxa de infecção elevada por HPV no ânus, entre o grupo feminino, é surpreendente por não estar associada com a prática de sexo anal. “Os dados mostram um novo cenário e a necessidade de discussão sobre rastreamento de câncer anal em jovens”, avalia Eliana. Para entender como prevenir e tratar o HPV anal, a Redação Integrada de O Liberal conversou com o médico proctologista, Helder Ikegami, sobre o asunto.

“Como a região do ânus e da vagina são muito próximas e a contaminação é por via sexual, o pênis com HPV acaba contaminando a região genital e a perianal”, esclarece o médico, sobre a possibilidade infecção pelo papilomavírus humano mesmo sem sexo anal. Além disso, nem sempre a doença indica sintomas: “O HPV é uma contaminação, na maioria das vezes, assintomática. Quando há o aparecimento de verrugas na região genital e anal, esses condilomas causam sintomas como coceiras, e são bem visíveis”, explica o proctologista.

Por ser uma infecção sexualmente transmissível, Helder Ikegami esclarece que o uso do preservativo é a principal forma de evitar o contágio pelo HPV. E mesmo antes do início da vida sexual, crianças de 9 a 14 anos podem tomar a vacina ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Quem já contraiu o vírus também pode tomar o imunizante - disponível para adultos somente na rede privada - para diminuir as chances de reinfecção. 

“Quando se formam as verrugas do HPV no ânus, você tem que retirar. O tratamento é feito basicamente através de cauterizações químicas; cirurgia de remoção com bisturi elétrico, por meio da coagulação dessas lesões; e alguns medicamentos, com ácidos ou pomadas que fortalecem a imunidade local”, finaliza o proctologista.

Números do HPV no estado do Pará

Em nota enviada à reportagem, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informou que não possui dados referentes aos casos de HPV no Pará, pois esta não é uma infecção de notificação obrigatória. A Secretaria esclarece que as pessoas com sinais ou sintomas de doenças possivelmente causadas por HPV devem procurar, primeiramente, a unidade básica de saúde, podendo, em seguida, ser encaminhadas para atendimento especializado.  

“A Sespa ressalta que existe a vacina contra o HPV disponível no SUS para meninas e meninos de 9 a 14 anos, que protege contra quatro tipos de HPV, sendo uma medida fundamental para a prevenção de câncer de útero, ânus, boca e orofaringe”, conclui a Secretaria.

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Pará
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