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Hepatite: Pará tem 125 casos até agora em 2022

Cuidados devem ser redobrados, por causa de novo tipo identificado pela OMS

Eduardo Rocha
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Diante de um novo tipo de hepatite identificado no mundo, autoridades de saúde reforçam os cuidados com a prevenção à doença, até porque, de acordo com levantamento da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), em 2019 foram registrados 950 casos da doença; em 2020, foram 437 casos, já em 2021 foram registrados 580 casos e até o dia 26 de abril de 2022 foram cadastrados 125 casos de hepatite. Com relação à cobertura vacinal de Hepatite B, em 2019 o Pará teve uma cobertura de 62,38%, em 2020 foi de 55,56% e em 2021 foram 54,45%. Já de Hepatite A, a cobertura vacinal em 2019 foi de 72,67%, em 2020 foi de 58,45% e em 2021 de 51,30%.

“Cuide bem do seu fígado, porque na maioria das vezes ele sofre calado”, Esse é o recado que o médico hepatologista Paulo Roberto Cartagenes manda para a população em geral, em especial, para quem não costuma levar a sério cuidados com a saúde, em particular, o fígado. A recomendação mostra-se pertinente, porque a hepatite é uma doença muito presente nos países, e agora o contexto das incidência dessa enfermidade agrava-se com a identificação de um novo tipo no Planeta.

O aumento de casos de hepatite aguda de origem desconhecida em crianças e jovens de até 16 anos é alvo de investigações por pesquisadores e gestores da área de saúde no mundo. Pelo menos 169 casos em 12 países haviam sido identificados desde 15 de abril, como informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) em boletim divulgado no sábado (23). Uma morte chegou a ser relatada. Os casos foram identificados em 12 países. O mais atingido foi o Reino Unido, com com 114 registros.

Como informou a OMS em nota, o adenovírus foi detectado em pelo menos 74 casos e, do número de casos com informações sobre testes moleculares, 18 foram identificados como F tipo 41. O SARS-CoV-2 foi identificado em 20 casos dos testados. Além disso, 19 foram detectados com uma co-infecção por SARS-CoV-2 e adenovírus.

Sobre o momento atual relacionado à hepatite, Cartagenes, esse especialista em Hepatologia e mestre em Clínica de Doenças Tropicais destaca: “Recentemente, tem havido relato de hepatites negativas para os principais agentes conhecidos, acometendo principalmente crianças menores de 11 anos, com casos agudos sintomáticos apresentando febre, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, icterícia e, em alguns casos, com evolução grave, necessitando de transplante de fígado em cerca de 10 % dos casos, já tendo sido reportado em 12 países até o momento, sendo a maior parte dos casos descritos no Reino Unido e ainda sem uma causa (etiologia) definida. Porém, há suspeita de se tratar de uma infecção viral, por vírus da família dos Adenovírus. Segundo a ALEH (Associação Latino Americana para o Estudo do Fígado), em correspondência de 26 de abril de 2022, ainda não há relato de casos na América Latina até o momento, mas alerta que os médicos fiquem atentos para a notificação de casos suspeitos”.

Como repassa o hepatologista, a vacinação para a hepatite A destinada a crianças pode ser feita na rede pública e privada; adultos, na rede privada. Para hepatite B, adultos e crianças podem ser vacinados na rede pública e privada.

Inflamatório

A hepatite ocorre por causa de um processo inflamatório nas células do fígado, chamados hepatócitos. As hepatites são causadas principalmente por infecções virais, porém também podem ocorrer por causas tóxicas (álcool, medicamentos, ervas); por doenças metabólicas ou auto-imunes.

Quando causadas por vírus, os mais frequentes são caracterizados pelas letras A, B, C, D (Delta) e E, mas outros vírus em menor frequência podem acometer o fígado, como o Citomegalovírus; Vírus da Mononucleose Infecciosa, vírus da Dengue e até mesmo o Sars-Cov2 (vírus da covid-19), dentre outros.

“As hepatites podem cursar até sem sintomas, mas quando sintomáticas, em geral, causam febre, náuseas e vômitos frequentes, cansaço intenso, além de icterícia (pele e mucosas amareladas) e colúria (urina escura). Na grande maioria das vezes evoluem de forma autolimitada, ou seja, regridem espontaneamente, sem deixar sequelas, porém, algumas vezes há o desenvolvimento de formas graves, podendo ser fatais, que são as chamadas formas fulminantes. Além disso, em alguns casos, principalmente as hepatites B e C, podem evoluir para formas crônicas, com alterações progressivas no fígado, podendo chegar ao desenvolvimento de Cirrose Hepática e até mesmo câncer no fígado”, aponta Paulo Cartagenes. 

A doença pode levar a pessoa a óbito, nas formas fulminantes, quando o último recurso é o transplante do fígado, e nas formas crônicas graves, por causa das complicações da doença, quando também o transplante hepático pode ser indicado. 

O Pará não se apresenta com alta endemicidade para as várias hepatites, porém ainda há elevado número de casos notificados. As hepatites A e E são comuns em condições precárias de saneamento e higiene; enquanto que as hepatites B e C têm como principais formas de transmissão o contato com sangue contaminado e transmissão sexual, situações ainda comuns no  estado do Pará, como frisa o médico.

Prevenção 

Como se prevenir? Na dependência da forma de transmissão, há cuidados diferenciados, porém se deve ter bons hábitos de higiene, boas condições de saneamento, evitar compartilhamento de objetos que possam transmitir sangue de um indivíduo para outro, práticas de sexo seguro e, principalmente, em relação a hepatites A e B a vacinação, disponível na rede pública e privada. 

O tratamento nos casos de evolução autolimitada abrange o uso de medidas de suporte enquanto houver sintomas. Nos casos crônicos, nas hepatites B e C, há na rede pública excelentes esquemas de tratamento medicamentoso , frisa Paulo Cartagenes. A hepatite tem cura em boa parte dos casos, porém pode haver casos grave e fatais. 

As hepatites são um conjunto de doenças, de causas diversas, podendo ser transmitidas por vírus de várias formas, mas também causadas por intoxicações ou até por doenças genéticas. “Muitas vezes são assintomáticas, por isso é sempre recomendável a inclusão em check up clínicos  de exames para avaliação do fígado. Recomenda-se que as pessoas tenham cuidados no consumo de água e alimentos, evitar o consumo de álcool e drogas ilícitas, desenvolver a prática do sexo seguro, além do uso de medicamentos somente sob estrita prescrição médica. Lembrar, também, que mesmo medicamentos naturais e ervas medicinais têm potencial risco de dano ao fígado, e ainda que outras doenças sistêmicas como diabetes e obesidade podem levar a sobrecarga e danos ao fígado. Em resumo, cuide bem do seu fígado, porque na maioria das vezes ele sofre calado”, reforça o médico. 

 

Confira:

 

Em 2019: 950 casos da doença

Em 2020: 437 casos

Em 2021: 580 casos

Em 2022: até 26 de abril: 125 casos de hepatite. 

 

Cobertura vacinal:

Hepatite B:

Em 2019: 62,38%

Em 2020: 55,56%

Em 2021: 54,45%

Hepatite A:

Em 2019: 72,67%

Em 2020: 58,45%

Em 2021: 51,30%


Vacinação:

Hepatite A: para crianças, na rede pública e privada; para adultos, na rede privada.

Hepatite B: adultos e crianças  na rede pública e privada

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Pará
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