Farmacêuticos da Região Metropolitana de Belém querem ser vacinados contra a covid-19
Sesma garante que tem imunizado esses profissionais na capital

Apesar de atuar na linha de frente no combate à covid-19, os farmacêuticos da Região Metropolitana de Belém dizem que não estão sendo vacinados contra a doença. A afirmação foi feita, nesta segunda-feira (5), pela farmacêutica Ávila Pinheiro, em entrevista à redação integrada de O Liberal.
“Tem um ofício publicado pelo Ministério da Saúde que contempla as farmácias como sendo estabelecimento de saúde. E, consequentemente, os farmacêuticos profissionais da saúde que estão na linha de frente, juntamente com os balconistas, caixas”, disse a profissional.
Essa vacinação do grupo está prevista no plano de vacinação divulgado pelo Ministério da Saúde, que os incluiu como profissionais da linha de frente de combate à pandemia, porém, as secretarias de estados e municípios vêm desrespeitando o que está previsto no plano de vacinação. Em ofício de Nº 234/2021 divulgado no mês de março, o Ministério da Saúde, por meio da Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações, reiterou que esses profissionais fazem parte da linha de frente de combate à pandemia e, portanto, deviam ser vacinados juntamente com profissionais da saúde, o que, na prática, não ocorreu.
Ainda segundo Ávila, todos esses profissionais devem fazer parte “da primeira massa de vacinação. Nós, farmacêuticos, não estamos sendo contemplados. Fazemos atendimento direto com o cliente. Muitos clientes já estão lá na loja com resultado de exame que deu positivo para covid-19”, afirmou. “Tem algumas farmácias que fazem teste rápido, que é o de sangue e o nasal. Tem colega farmacêutico fazendo, por dia, de 100 a 150 testes. E sendo que 80% dá positivo. Ficamos todos paramentados, com todos os cuidados, EPIs, mas a sala (para a realização desses testes) é pequena, não tem circulação de ar possível para que seja ambiente aberto. É ambiente fechado. Isso faz com que o vírus se propague”, acrescentou.
Prioridades entre vacinação
Ávila Pinheiro disse que as vacinas, este ano, já estão sendo aplicadas há três meses. “E não fomos vacinados. Estamos na linha de frente. O sentimento da classe farmacêutica, que trabalha em drogaria, é de descaso. É um direito nosso de ser vacinado”, disse.
“Não estamos sendo vistos pelos órgãos competentes como profissionais da saúde de fato. Somos os profissionais que têm mais facilidade de atender o cliente. Quando os hospitais entraram em colapso, quem é o profissional mais perto do paciente? Somos nós, farmacêuticos. O paciente recorre à gente com mais facilidade do que em conseguir atendimento em UPA e hospital sim. Somos profissionais da saúde e queremos esse reconhecimento, queremos ser contemplados e usufruir de um direito que é nosso”.
“Não estamos sendo vistos pelos órgãos competentes como profissionais da saúde de fato. Somos os profissionais que têm mais facilidade de atender o cliente. Quando os hospitais entraram em colapso, quem é o profissional mais perto do paciente? Somos nós, farmacêuticos", diz a farmacêutica Ávila Pinheiro
Sesma diz que tem vacinado farmacêuticos
Procurada pela redação, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informou que cabe às Secretarias Municipais de Saúde cumprirem os planos e definirem a estratégia para atender essa população.
Já a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informou que tem vacinado os farmacêuticos de Belém a partir da mediação junto ao Conselho Regional de Farmácia (CRF).
Segundo diz a Sesma, no último dia 27, um total de 250 farmacêuticos, com 50 anos ou mais e com comorbidades, receberam a primeira dose da vacina na sede CRF. Para esta semana, quando estão sendo vacinados os profissionais da área de saúde, está prevista a vacinação de mais uma leva desses profissionais. A Sesma informa, ainda, que repassa as doses solicitadas pelo CRF, mas quem faz toda logística e seleção dos grupos prioritários é a própria entidade.
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