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Etnias pedem a retomada dos serviços na Casa de Saúde Indígena de Paragominas

Indígenas reivindicam principalmente a regularização do atendimento em saúde

João Paulo Jussara
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Cerca de 200 indígenas das etnias Tembé, Ka'apo e Timbira estão protestando desde segunda-feira, 22, na aldeia Cajueiro, no Alto Rio Guamá, em Paragominas. Eles estão se organizando para vir até Belém cobrar dos órgãos públicos uma resposta sobre os trabalhos desenvolvidos pela Casa de Saúde Indígena (Casai) do município, que estão paralisados desde o domingo (21). Segundo os manifestantes, a secretária especial de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde, Silvia Nobre Waiãpi, se recusa a renovar os contratos com as empresas que fornecem alimentos, transporte e remédios para os atendimentos aos indígenas da região.

 

Na tarde de terça-feira (23), centenas de índios se reuniram em uma espécie de ritual realizado na aldeia Cajueiro para pedir providências urgentes para o problema. "A saúde indígena não está sendo atendida de acordo com os nossos direitos", resssaltou André Francisco, da etnia Tembé.

O protesto teve início após alguns indígenas terem buscado, sem sucesso, atendimento médico na Casai Paragominas neste final de semana. "Nossos parentes já retornaram pra aldeia e sem o tratamento adequado de saúde. As grávidas que estavam na Casai também retornaram, então nós fizemos essa manifestação envolvendo as comunidades indígenas", disse o manifestante. 

Ele afirma que os atendimentos estão paralisados porque a secretária Sílvia Waiãpi não quer assinar os convênios com as empresas terceirizadas que fornecem alimentação, combustível, transporte e medicamentos, entre outros serviços, para que o atendimento nas Casais possa ser realizado. "Esse é o motivo da manifestação. A gente quer uma resposta das autoridades, e até esse momento ninguém se manifestou", destacou André. "Por conta disso, as Casais estão fechando, sem ter condições de atender os pacientes".

A gestão de Sílvia Waiãpi, indicada pelo presidente Jair Bolsonaro para ocupar a Sesai em 2019, não vem agradando a maioria dos indígenas paraenses. No mês passado, lideranças indígenas fizeram um protesto na Casai de Icoaraci, e apreenderam um carro de uma empresa que fornece alimentos à unidade. O motivo da manifestação foi a falta de pagamento das cozinheiras da Casai, além da precariedade no fornecimento de alimentação básica e medicamentos aos pacientes. O local só foi desocupado após mais de 12 horas de negociações.

Após três dias seguidos de manifestações na aldeia Cajueiro, os indígenas devem seguir, nesta quinta-feira (25), rumo a Capitão Poço, onde se juntarão a integrantes de outras três etnias que participam do protesto, e depois seguirão até a capital. "A gente ainda não sabe como vai acontecer, mas já está certo que iremos a Belém dar continuidade à manifestação e reivindicar melhorias para a saúde indígena", ressaltou André Tembé. "O nosso objetivo é que a secretária despache todos os contratos para que as Casais possam continuar funcionando normalmente".

Em nota enviada à Redação Integrada de O Liberal, o Ministério da Saúde informou, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que o Distrito Sanitário Especial Indígena Guamá Tocantins (DSEI Guatoc) não paralisou seus serviços essenciais de atenção à saúde indígena, e que o contrato para aquisição de alimentos com a empresa Hotel Luna Ltda teve sua vigência encerrada.

"Diante disso, o DSEI abriu dois processos para contratação de empresa especializada para fornecimento de refeições diárias destinadas aos pacientes indígenas e acompanhantes em tratamento de saúde nas Casai's. Vale informar que o DSEI Guatoc junto à Casai Paragominas buscam alternativas para assegurar aos pacientes a prestação de serviços e alimentação adequada", finalizou a nota.

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