Empresária venceu a timidez, virou influencer e conquistou o mercado da moda em Barcarena
Cleide vem consolidando o nome no negócio de moda e já tem três lojas entre Abaetetuba, no Baixo Tocantins, e a Vila dos Cabanos, em Barcarena

"Eu era um ‘bicho do mato’, tinha vergonha de tudo”. A afirmação é de Cleide Abreu, de 29 anos, natural de Abaetetuba, no Baixo Tocantins, referência quando o tema é empreendedorismo feminino, na região.
Há sete anos, Cleide vem consolidando o nome no negócio de moda e já tem três lojas entre Abaetetuba, no Baixo Tocantins, e a Vila dos Cabanos, em Barcarena. Ela se tornou influencer digital da própria marca e até de outras lojas, que a contratam para fazer propaganda das peças delas, na ambiência virtual.
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Atualmente, a empreendedora tem 78 mil seguidores no Instagram. Ela faz questão de enfatizar que nada foi planejado, mas motivada pela necessidade de sustentar a si e a família.
"Eu comecei do zero e tenho orgulho disso, eu poderia contar uma história bonitinha, que a Bela Boutique era sonhada, foi planejada, mas não, a Bela Boutique surgiu mesmo diante da necessidade", conta Cleide.
Mudança de profissão
A jovem se formou em licenciatura plena em Matemática e, desde os 17 anos, dava aulas. "Eu sou de uma família humilde, sou do interior, da região das Ilhas, em Abaetetuba. Eu tinha esperança de dar uma vida melhor para a minha família, através dos estudos, sempre fui determinada, dedicada", contou Cleide, que é casada com José Júnior Brito de Abreu, de 35 anos. O casal tem a filha Isabella, de 3 anos de idade.
Dedicada, Cleide recordou que desenvolvia a carreira de docente, conseguiu bolsas de estudos na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Abaetetuba, mas, uma greve estadual de professores universitários atravessou o caminho dela, que perdeu a carga horária que tinha e ficou desempregada.
À época, o namorado José Júnior, também, ficou desempregado e os dois decidiram comprar e vender roupas pela internet. De início, Cleide lembra que só comprou 10 peças de academia de esportes.
"Como eu tinha vergonha de oferecer às pessoas, eu colocava as roupas em mim. Eu não tinha celular bom, eu subia na cama, na única parede branca que eu tinha, e postava no meu Facebook", recorda. “Por ser ‘um bicho do mato’, perdemos oportunidades”, recorda a empresária, que tirava as fotos, fazia vídeos, mas sem falar e com evidente timidez. No entanto, as vendas foram um sucesso, em poucas horas, Cleide vendeu tudo. O dinheiro ela investiu em novas compras e assim sucessivamente. Mais fotos, mais vídeos e mais vendas.
Fim e recomeço
Na pandemia, entre os anos de 2020 e 2021, a empreendedora Cleide Abreu e o marido foram obrigados a fechar as lojas, que conseguiram abrir em Abaetetuba e Barcarena. Eles levaram tudo para casa e começaram a vender de lá, e quando não tinham grande expectativa, as coisas começaram a mudar para melhor.
“Sem alternativas, comecei a fazer vídeos e aparecia a Isabella (minha filha) correndo pelo meio, a mamãe no fundo fazendo comida e o engajamento começou a aumentar. Eu percebi que o real, os bastidores, é o que chamava atenção ao invés de só ficar postando foto de catálogos de roupas’, recorda ela.
Cleide conta que começou a perder a vergonha e mostrar os bastidores, falar da história dela, mostrar o dia a dia e foi conseguindo superar as vendas de quando estavam com todas as lojas abertas. "Deu tão certo, que hoje além de fazer a divulgação para a nossa loja, faço para várias outras, inclusive do mesmo ramo, porque o trabalho de digital influencer veio como consequência”.
“Atualmente, tenho mais de 78 mil seguidores no meu Instagram e uma fila de espera para parcerias de divulgação. E olha, que interessante aquele ‘bicho do mato’ perdeu a vergonha. No último ano de 2021, nossas lojas ganharam oito prêmios, como os melhores do ano no ramo do empreendedorismo e estou, aqui, dando entrevista para O Liberal", disse Cleide entre sorrisos.
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