Dia Mundial de Proteção aos Manguezais: ecossistema é peça fundamental no equilíbrio climático

O Dia Mundial de Proteção aos Manguezais é comemorado nesta terça-feira (26) e tem como objetivo alertar a população sobre o contínuo desaparecimento deste ecossistema. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) estima que o litoral paraense possui cerca de 2.176,78 km² de área de mangues, correspondendo a 28% do total do país. Além da sua importância para as espécies marinhas, a zona costeira é necessária para o equilíbrio do clima e para a sobrevivência de famílias que praticam atividades ao redor.

No Pará, Bragança e Augusto Corrêa, nordeste do estado, são os municípios que mais possuem áreas de mangues. A presença do ecossistema é vista em regiões tropicais e subtropicais, ocupando 1,2 milhões de hectares do Brasil, equivalente a terceira maior área do mundo, segundo a instituição Conservação Internacional. Seu aspecto úmido de transição entre os ambientes marinho e terrestre está sujeito ao ritmo imposto pela maré, fornecendo habitat e berçário para peixes e mariscos. Por isso, o mangue é considerado um dos biomas mais produtivos do planeta.

VEJA MAIS

[[(standard.Article) Projeto quer recuperar 12 hectares de manguezais no Pará]]

Outra contribuição importante dos manguezais para a natureza é com a biodiversidade, por ser rico em matéria orgânica, e com a integridade ambiental da faixa costeira, junto com o desenvolvimento de atividades econômicas de comunidades situadas nessas áreas, sendo, então, fundamentais para a segurança alimentar dessas famílias.

O professor e biólogo da Universidade Federal do Pará (UFPA) Marcus Fernandes explica que preservar esses ambientes é necessário para a manutenção de vários fatores, entre eles, a própria natureza como um todo. “É importante preservar os manguezais pelos vários serviços ecossistêmicos que esse ecossistema provê. Isto implica nos serviços de regulação, suporte, e que mantém e regulam o equilíbrio no próprio manguezal”, destaca o especialista.

Marcus lista, ainda, os fatores que contribuem para o processo acelerado de destruição do bioma. “Isso em função do desmatamento para uso de madeira, para a produção de carvão, como na Ásia, bem como pela pesca exacerbada, com a sobrepesca de alguns recursos animais que são relevantes para a segurança alimentar quanto para a geração de renda”, conclui.

Os mangues e o clima

O manguezal é um ecossistema importante para combater mudanças climáticas. Isso porque o bioma equilibra a emissão de gases do efeito estufa, retendo 57% mais carbono (CO2) que outras vegetações em seu solo, regulando, assim, o clima do planeta. “Preserva a qualidade do ar, envolvendo o sequestro de carbono. Atualmente, esse é um dos serviços considerados mais importante, por conta das emergências climáticas”, explica o biólogo.

A segurança das pessoas que vivem nos literais também é garantida com a manutenção dos manguezais, uma vez que eles têm alta proteção contra tempestades, elevação do nível do mar e até tsunamis. A vegetação constitui uma barreira biológica contra essas perturbações: a força das ondas é reduzida em até 60% ao encontrar 100 metros de mangues pela frente, como mostram os números da Conexão Oceano.

Proteção ambiental

O Brasil considera os mangues uma zona de preservação permanente, fazendo uso de diversos meios para dar continuidade a proteção, como dispositivos constitucionais e infraconstitucionais. A Lei Federal nº 9.605/98 estipula as sanções penais e administrativas que atividades de degradação levam ao meio ambiente. 

Programação em Belém visa a conscientização da população

O Solar da Beira receberá uma iniciativa que tem como foco a celebração dos manguezais e alertar para a necessidade de conservação das áreas, que estão vulneráveis ao desmatamento e a poluição. 

A campanha é realizada por meio de uma articulação entre 12 Associações de Usuários das Reservas Extrativistas do Pará, a Organização Não Governamental Rare, Comissão Nacional para o Fortalecimento das Reservas Extrativistas Marinhas e dos Povos Costeiros e Marinhos (CONFREM), Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e conta com o apoio da Prefeitura.

Confira:
17h - Palestra e roda de Conversa
17h – 17:15h  -  “A importância dos manguezais amazônicos”, com Willian Fernandes, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha (CEPNOR - ICMBio)
17:15h – 17:30h -  “Os trabalho dos povos da maré e a manutenção do ecossistema", com Patrick Passos, da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap)
17:30h – 17:45 - “Impacto das atividades humanas nos manguezais amazônicos e engajamento social”, com Raqueline Monteiro
17:45h – 18h - Perguntas e Respostas
 
18h - Cine Mangue
 Exibição das webséries “Mães do Mangue” e “Pesca para sempre  - Manguezais e mudanças Climáticas e dos curtas metragens de animação “Manguezita e Júlia” e “Manguezais e mudanças climáticas” + debate
 
18h30 -  Manifesto do Maretório
Leitura do Manifesto com Sandra Regina
 
19h às 21h - Atrações culturais
Videomapping com Kauê Bentes
Grupo Iaçá de carimbó
Caldo de Turu do Toró Gastronomia Sustentável