Dia Mundial da Síndrome de Down: 21 de março é marcado por conscientização, inclusão e bem-estar

No dia 21 de março, pessoas com a síndrome e aqueles que vivem e trabalham com eles organizam atividades para conscientizar a população

Fabyo Cruz
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O Dia Mundial da Síndrome de Down, comemorado em 21 de março,  celebra não só a vida de quem têm a síndrome, mas também fala sobre direitos, inclusão e sobre a possibilidade das pessoas com Down serem e fazerem tudo aquilo que elas quiserem. Como é o caso do paraense Rafael Cavaleiro, 24 anos. O jovem já disputou competições de natação, praticou judô e, atualmente, é auxiliar da mãe, a servidora pública aposentada Fábia Cardoso, 49 anos, em um time de fut7. O futebol também é uma paixão para Caio Mendes, 19 anos, filho da odontóloga Gabriela Mendes, 47 anos. Em comum, as mães deles sentem orgulho pelas conquistas e superações dos filhos e defendem a bandeira da inclusão.

A síndrome de Down é uma alteração genética em que a pessoa tem três cromossomos no par 21, e não dois, como o usual. Por isso, a síndrome também é chamada de trissomia do cromossomo 21, ou simplesmente T21. De acordo com o Ministério da Saúde, essa alteração cromossômica - observada pela primeira vez em 1866, pelo pediatra britânico John Langdon Down - é a mais comum entre os humanos. A Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD) estima que um em cada 700 nascimentos no Brasil é um caso de trissomia 21, o que totaliza cerca de 300.000 pessoas com síndrome de Down. 

Fábia Cardoso conta que o filho adquiriu mais equilíbrio e  concentração após participar de um projeto da Polícia Militar do Pará (PMPA) chamado “Ecoterapia”. “A partir dali houve uma mudança significativa para o meu filho. Percebi que ele conseguiu ficar mais equilibrado e concentrado depois de participar desse projeto. Mas os esportes o ajudaram ainda mais, ele já participou de vários e até competições, como a natação. Mas sem dúvidas a inclusão é essencial. O meu outro filho de 13 e seus amigos sempre o incluem nas suas atividades. Precisamos aprender com eles, respeitar as diferenças e nunca excluirmos as pessoas”, disse a mãe Rafael.

image Para Fábia Cardoso, 49 anos, a inclusão é essencial para o desenvolvimento do filho (Ivan Duarte/O Liberal)

Já Gabriela conta que é importante tratar as pessoas com respeito e sem pena. “As pessoas portadores precisam de carinho e amor. Nós, pais, precisamos saber entender as diferenças e tratá-los da melhor forma possível, o mais perto da normalidade. Não tratá-los com pena, porque eles são capazes, mas é claro, sempre com atenção. O Caio, por exemplo, anda sozinho pelo condomínio, resolve seus problemas, usa aplicativos de transporte. Quando são lugares estranhos que não queremos que ele vá sozinho, porém, o restante ele vai. É um menino muito independente”, afirmou.

Núcleo Acessar

O Núcleo Acessar, da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), existe desde 2011 e possui vários projetos e atividades voltados à inclusão da pessoa com deficiência. “Nós queremos mostrar que pessoas com down e pessoas com deficiência de modo geral não são incapazes, que esse olhar da sociedade ainda é capacitista, mas pode mudar”, explica a professora Andréia Miranda, coordenadora do Acessar.

No Núcleo, que funciona no campus Belém, as pessoas T21 participam ativamente de projetos como o “Entrelaço”, cujas terapias assistidas têm o apoio de animais; projeto “Inclusive, eu” que tem o objetivo de desmistificar o olhar sobre as pessoas com Down, a partir da criação de vídeos, podcasts e materiais que deem visibilidade à pessoas com Down; projeto “Contato”, em que o desenvolvimento cognitivo é trabalhado a partir da hortoterapia e projeto “Down Norte”, que tem o objetivo de formar “autodefensores”, onde os participantes têm aulas sobre legislação, direitos e deveres das pessoas com deficiência. No projeto Down Norte o objetivo é que eles tenham autonomia suficiente para que não necessitem de outras pessoas, especialmente em questões de saúde, educação e acesso a serviços.

Já no projeto Escola de Guias da Amazônia (EGA), as pessoas são convidadas a conhecer a Ufra tendo como instrutor e guia oficial da universidade, o Romeu Neto, pessoa com down e habilitado nos cursos de turismo e hotelaria e de turismo regional. Outro projeto é o “Contando Histórias”, em que as pessoas relatam suas histórias de vida e como conseguem transpor algumas das principais barreiras de acesso. O resultado se transforma em exposição de fotografias, acessível a diversos públicos, com QR code, braille, Libras e audiodescrição.

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