Dia Internacional do Gato: veja como o amor pelos PETs felinos pode transformar vidas
Independentes e cheios de personalidade, os gatos são ótimos companheiros

Foi há dez anos que Áurea Santos resgatou os primeiros companheiros felinos. Ela estava retornando de uma festa de dia dos pais na casa do avô paterno, quando se deparou com uma caixa de papelão, da qual quatro gatos filhotes tentavam sair, em meio à rodovia BR-316. Comovida pelos pequenos, que haviam sido abandonados, Áurea acabou levando a caixa para casa. “Consegui doar dois gatos e fiquei com dois, aí iniciou a minha jornada com os meus amores felinos”, relembra a gerente de projetos.
“Como não tinha conhecimento sobre os gatos, um deles era fêmea e acabou engravidando. Fiquei com mais dois, indo para quatro gatinhos em casa no mesmo ano. Depois disso, aprendi sobre castração e consegui castrar todos os meus gatos machos e fêmeas. Nesse período eu passei a ajudar os gatinhos a encontrarem um lar, fiquei com mais quatro e hoje tenho oito em casa”, conta.
Nesta sexta-feira (8) celebra-se o Dia Internacional do Gato. A data surgiu no ano de 1931, na cidade de Florença, na Itália, durante o Congresso Internacional de Proteção Animal, onde ecologistas pioneiros se reuniram para a defesa dos animais. Os felinos são animais independentes, cheios de personalidade, mas também ensinam sobre amor e sensibilidade — e precisam de cuidado e atenção, como qualquer outro pet.
Para Áurea, a personalidade e a esperteza são duas das características favoritas dos felinos. Ela conta que eles fazem bem para a saúde mental e também ajudam na rotina, exigindo responsabilidade e cuidado. Para quem nunca teve um gato, mas pensa em ter um, ela aconselha: “Diria para adotar, e que irá experimentar um amor chameguento, brincalhão e independente”, diz.
Gatos ensinam sobre amor e independência
Como qualquer outro animal destinado ao convívio com pessoas, os gatos também devem passar por um processo de socialização para facilitar essa rotina, explica Thiago Rossy, veterinário especialista em comportamento animal. “Ao contrário do que se fala, os gatos não são independentes, afinal, todo animal de estimação depende dos cuidados de algum ser humano. Os gatos podem ser muito amorosos e apegados às pessoas que convivem com eles”, opina.
Os pets trazem diversos benefícios à saúde mental. Eles podem ser vistos como uma companhia perfeita, auxiliando pessoas que enfrentam depressão, ansiedade, e luto, entre outras condições. “É importante lembrar que não devemos jogar toda a responsabilidade para eles, pois eles poderão, por consequência, desenvolver distúrbios comportamentais”, alerta.
“Para quem pretende ter um felino doméstico, é necessário verificar se possui um ambiente adequado para receber esse pet, ter tempo para se dedicar a ele e procurar ajuda de um profissional para tirar todas as dúvidas e receber orientações sobre manejo, saúde e comportamentos típicos da espécie. Assim, aumentamos as chances de um convívio feliz”, complementa Thiago.
Voluntariado
Para o autônomo Elvis Bandeira, os gatos sempre foram animais rejeitados por serem vistos com preconceito, pelo estereótipo de animais interesseiros. Ele conta que sempre sentiu muita empatia pelos felinos, o que fez com que, ao crescer e ter renda, ele buscasse formas de ajudar e cuidar. “Cada vida felina pra mim importa. Me sinto mal ao ver eles sofrendo de qualquer forma, seja por fome ou ferimentos”, afirma.
Foi assim que Elvis passou a atuar como voluntário na causa animal, com o resgate de gatos abandonados. Ele também cuida dos felinos e busca novas famílias que estejam dispostas a adotar e zelar pelo bem-estar dos ‘bichanos’, além de se certificar que serão bem cuidados nos novos lares.
Por questões financeiras, o autônomo só consegue ajudar os que estão nas proximidades, sempre fazendo o que está ao alcance para cuidar dos animais. Ele também possui sete gatos, e conta que os felinos já fazem parte da vida desde os cinco anos de idade. “Minha rotina sempre foi a mesma com eles. Amo essa rotina ao lado deles, muito carinho e brincadeiras. Meu gato mais velho possui 15 anos”.
O autônomo incentiva a adoção e ressalta que as pessoas não devem temer gatos adultos. “Aconselho a terem o que sempre tive, empatia. Existem muitos gatos adultos que são extremamente meigos e amigos. Eles também merecem uma chance de ter uma família. Além dos mais, a maioria desses adultos não tiveram oportunidade de ter ninguém na infância, e assim acredito que na fase adulta estarão mais propensos a se apegar aos tutores. Onde moro dou ração para 6 gatos adultos de rua. Sempre que me sento por aqui um deles deita no meu colo”, destaca.
*Ayla Ferreira, estagiária de Jornalismo, sob supervisão de Fabiana Batista, coordenadora do Núcleo de Atualidades
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