Dia dos Namorados com sotaque paraense: veja 10 expressões populares para mandar para o crush
De “bater o charque” a “tô encegueirada”: conheça fraseologias paraenses que traduzem o amor com humor e regionalismo
Quer surpreender o crush com um jeitinho bem do Pará neste Dia dos Namorados? Reunimos frases criativas usando expressões típicas paraenses — cheias de charme, regionalismo e duplo sentido. Além de encantar, essas fraseologias traduzem o amor de forma divertida e afetuosa.
Confira 10 expressões típicas paraenses para este Dia dos Namorados
1. “Hoje eu só quero bater o charque contigo e esquecer do mundo.”
Bater o charque: expressão paraense que significa manter relação sexual ou transar. Ideal para casais que querem apimentar o clima com muito bom humor.
2. “Ei, maninho, já é ou já era?”
Já é ou já era?: é uma maneira bem direta e descontraída de perguntar sim ou não, perfeita para quem quer fazer aquele pedido de namoro com estilo regional.
3. “Vamos dormir de costela até amanhecer ouvindo o barulho da chuva?”
Dormir de costela: dormir abraçadinho com alguém, tipo conchinha. Uma expressão cheia de carinho para quem quer passar juntinho a noite inteira.
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4. “Não dá mais pra negar: tô encegueirada por ti.”
Tô encegueirada: quer dizer estar apaixonada, de um jeito tão forte que não se enxerga mais nada além da pessoa amada.
5. “Tu és muito canoa, não vive sem me levar junto pra tudo!”
Canoa: aquele que gosta de estar sempre acompanhado do parceiro, levando o outro junto em tudo. Amor de dupla inseparável!
6. “Bora logo se amigar, que esse amor não merece esperar mais!”
Se amigar: expressão para juntar os trapos, ou seja, morar junto. Ideal pra quem quer dar o próximo passo no relacionamento.
7. “Desde que tu apareceste, eu dei o maior valor e saí da pedra.”
Estar na pedra: significa estar há muito tempo sem fazer sexo. Ou seja, a chegada do amor mudou tudo!
8. “Olha, já queres? Porque se quiser, é só dizer!”
Já queres?: forma bem paraense de dizer que alguém está interessado em outra pessoa. Boa pra aquela flertada com sotaque regional.
9. “Contigo, eu dou o maior valor até em fila de banco.”
Dar o maior valor: expressão para dizer que gosta muito de algo ou alguém. Quando o amor faz até a espera valer a pena.
10. “Mana, levaram a moleca do irmão! Agora ele tá solteiro”
Levar a moleca do irmão: gíria para traição ou infidelidade. Pode ser usada de forma descontraída, mas é bom evitar esse tipo de "brincadeira" no amor.
Fraseologias paraenses revelam o jeito único de amar
As expressões usadas pelos paraenses para falar de amor, sexo e relacionamentos são mais do que gírias — elas fazem parte do que a linguística chama de fraseologias, construções populares que ganham força pelo uso e pela repetição no cotidiano. Quem explica é a professora Carlene Salvador, do curso de Letras-Língua Portuguesa da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), em Belém. Ela coordena o projeto de pesquisa “Banco de Dados Fraseológicos do Pará”, que já reuniu mais de duas mil expressões típicas do estado.
Segundo a professora, as fraseologias representam uma forma de resistência cultural e revelam como os paraenses expressam sentimentos de maneira direta, bem-humorada e com forte carga simbólica. “Algumas dessas expressões estão ligadas à sexualidade e funcionam como forma de burlar tabus, criando novas maneiras de falar sobre temas íntimos sem recorrer ao padrão da norma culta”, explica Carlene. Além disso, o estudo reforça a importância de valorizar e registrar essas formas de falar como parte da identidade linguística da região Norte.
Parte das expressões listadas nesta matéria — como “bater o charque”, “dar na peça”, “dormir de costela”, “dar o maior valor”, “estar na pedra”, “já queres?”, “já é ou já era?” e “tô encegueirada” — também foram reunidas no trabalho de conclusão de curso “De arrolar a fofa a não que não: glossário fraseológico paraense”, de autoria da pesquisadora Larissa Medeiro de Lima, da Ufra do campus de Tomé-Açu. O estudo destaca como essas expressões circulam com naturalidade no cotidiano paraense e representam a riqueza cultural e linguística da região.
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