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Com aumento nas internações e oxigênio em falta, Oriximiná tem cilindro desviado 

Município recuperou o insumo após investigação, mas segue enfrentando demanda alta de internações

Eduardo Laviano
fonte

Oriximiná, município do Oeste do Pará, está com um abastecimento de oxigênio insuficiente para a demanda da população. Para piorar, um cilindro inteiro foi desviado e, após investigação coordenada pelo prefeito William Fonseca (PRTB), que é delegado, foi recuperado.

O insumo hospitalar foi encontrado em um estaleiro da cidade em um momento em que Oriximiná está consumindo de 30 a 40 cilindros por dia.

"Cada um faz muita diferença, pois tivemos um crescimento repentino dos casos. Achamos estranho pois constatamos um uso de 24 cilindros em oito horas e se tratava de uma unidade destinada para a nossa Maternidade São Domingos Sávio", relata o prefeito.

Para Fonseca, mais do que comprar os cilindros de oxigênio, a principal dificuldade do município no momento é o transporte até Oriximiná.

Além disso, há ainda o transporte dentro da municipalidade, que possui 38 comunidades quilombolas, 22 aldeias indígenas e 34 mil moradores em áreas rurais. 

A prefeitura adquiriu uma usina de oxigênio para a rede hospital municipal, mas ainda não dispõe de transporte para levá-la até a região do Baixo Amazonas. A empresa Dinatec, que fornecerá o equipamento, fica em São José dos Pinhais, no Paraná.

"Já solicitamos este apoio para as autoridades e também fizemos um apelo nas redes sociais mesmo, para que nossos deputados e governador possam intermediar este pedido de uma aeronave de grande porte para trazer a usina para Oriximiná. Com ela, teremos a geração de 26 metros cúbicos de oxigênio por hora, aproximadamente 60 cilindros por dia", afirmou Fonseca. 

Na avaliação dele, a ação é importante para todos os municípios do entorno, como Faro, Juruti e Terra Santa. Por decreto estadual publicado na última sexta-feira (15), a região regressou para a bandeira vermelha na avaliação do quadro epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Ele conta que o diálogo entre os municípios é constante, mas que toda a ajuda que cada cidade consegue não é o suficiente para a ajudar os vizinhos.

A dimensão da urgência pode ser explicada pelos números, segundo o prefeito: 6.348 casos já foram confirmados no município, com 26 pacientes internados, 296 em tratamento domiciliar e 613 sendo monitorados.

Para o prefeito, há dois outros agravantes a considerar: muitas famílias não querem autorizar o transporte para outra cidade, por medo de um familiar morrer e não poder vê-lo mais ou não conseguir trazer o corpo de volta. 

"Outra coisa é que a cidade está muito intimamente ligada à Manaus, por conta da proximidade [486 km]. Sempre existiu esse fluxo grande, desde o comércio simples até a compra de um carro, por exemplo. Estávamos com um quadro de melhora e que se tornou um quadro de atenção agora", compreende Fonseca. Até o momento, a Secretaria de Saúde do município não identificou a variante P1, nova cepa identificada em Manaus por pesquisadores.

Um decreto municipal fechou as fronteiras interurbanas e promulgou um toque de recolher às 20h. Após um pedido da prefeitura de Juruti, também no Oeste do estado, no dia 11 de janeiro, o Governo do Pará decretou o fechamento das fronteiras fluviais entre o Pará e o Amazonas. A reportagem de O Liberal aguarda posicionamento da Sespa sobre o tema.

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