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Centro Mulheres de Barro está com inscrições abertas para oficinas de educação patrimonial

A iniciativa da Cooperativa dos Artesãos da Região de Carajás – Mulheres de Barro conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura

Hilda Barros

Centro Mulheres de Barro está com inscrições abertas  até o dia 31 de março para nova rodada de oficinas de educação patrimonial e artesania cerâmica. As vagas são limitadas e destinadas à crianças, jovens e adultos, e podem ser realizadas na sede do Centro, ao lado do mercado do Rio Verde, em Parauapebas. A iniciativa da Cooperativa dos Artesãos da Região de CarajásMulheres de Barro conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

A ação é uma continuidade do trabalho desenvolvido desde 2017 pelos artesãos. Foram dois anos sem oferecer as oficinas de educação patrimonial, que já alcançaram 280 pessoas nos últimos anos em que a atividade foi realizada.“É muito gratificante voltar a receber a comunidade de Parauapebas e seguir nesse trabalho de formação sociocultural dos nossos alunos".

"São pessoas de diferentes idades que participam conosco desta ação que, além de formar público para o setor das artes e da cultura local, contribui para a valorização do patrimônio cultural regional”, destaca a coordenadora do projeto, Sandra dos Santos Silva.

A programação de oficinas deste ano prevê três turmas, sendo duas para crianças e adolescentes, com faixa etária de 9 a 15 anos, com atividades duas vezes por semana, durante a manhã ou tarde; e uma turma para a oficina de artesania cerâmicas, para jovens e adultos a partir dos 16 anos, no horário da tarde, com aulas duas vezes por semana. Ambas as oficinas terão duração de quatro meses, com início ainda no mês de março.

Inscrições

Os interessados devem comparecer na sede do Centro Mulheres de Barro, na Alameda Castelo /Branco, quadra 187 – lote 107 (ao lado do Mercado do bairro Rio Verde, em Parauapebas – entrada pela rua Araguaia), com a seguinte documentação:

  Cópia do RG e CPF da criança;
  Cópia do RG e CPF de pai e mãe (documento de ambos) ou do responsável legal;
  Cópia do Comprovante de residencial atual.

Oficina Educação Patrimonial

A metodologia de Educação Patrimonial aplicada de forma teórica e prática por meio de exercícios diversos para estimular a aprendizagem dos participantes acerca das temáticas e conteúdos desenvolvidos, interage com todas as atividades educativas promovidas no Centro Mulheres de Barro.

As oficinas são realizadas em vários formatos: workshop, visitas guiadas na exposição museográfica, rodas de conversa e oficinas de maior duração e tem como objetivo, sensibilizar as pessoas impactadas para o conhecimento, o usufruto, o respeito e a preservação dos bens culturais (materiais, imateriais e naturais) mundiais, nacionais e regionais, de forma a estabelecer vínculo com estes bens a ponto de haver uma melhor comunicação e interação a partir do resgate das próprias vivências práticas ou simbólicas individuais e coletivas, para fortalecimento dos laços afetivos com a identidade cultural pessoal, constituído pela família, na escola e pelo patrimônio que compõem a riqueza cultural local, afim de despertar o sentimento de pertencimento ao território onde vive.

Artesania cerâmica

As oficinas de artesania cerâmico disponibiliza aos participantes, conteúdos teóricos sobre a produção por meio de bibliografias disponíveis, resultantes de pesquisas arqueológicas ou de produções tradicionais mundial, nacional e regional e exercícios práticos de manuseio da matéria prima, retratando os modos de fazeres antigos e contemporâneos, em réplicas ou novas criações, em todas as etapas que envolvem o feitio de uma vasilha de barro: beneficiar a argila, confeccionar ferramentas ou selecionar objetos que faça as vezes; modelar as peças em uma das quatro possibilidades: por “acordelamento” fazendo rolinhos de argila e colando uns sobre os outros, modo mais antigo de modelagem de peças de argila, por placas de argila, por torno ou argila liquida em fôrmas de gesso; preparo dos engobes – tintas pastosas feitas de óxidos minerais e ou argilas coloridas misturadas com água; decoração das peças; pintura com engobe, encaliçamento que consiste em fixar a tinta na peça de argila alisando com uma ferramenta lisa (pedra seixo, uma semente ou um frasco de plástico liso) e aplicação de grafismos de artefatos cerâmicos encontrados em estudos arqueológicas realizados principalmente na Microregião de Parauapebas, elementos que além do uso dos óxidos minerais imprimem identidade cultural à cerâmica produzidas pelos alunos e pelas Mulheres de Barro.

Mais de 6 mil

O grupo Mulheres de Barro nasceu no período entre 2005 e 2011, fruto das oficinas do Programa de Educação Patrimonial, dentro das atividades ambientais e de resgate dos artefatos arqueológicos datados de mais de 6 mil anos, Isso porque as formas e grafismos são inspiradas em vestígios recuperados em sítios arqueológicos encontrados na Floresta Nacional Tapirapé Aquirí, realizadas pelo Museu Paraense Emilio Goeldi, Vale e Fundação Vale, durante a implantação do projeto Salobo. Desde então, o grupo vem desenvolvendo ações para valorização da história e cultura da região de Carajás.

Na cerâmica produzida pelos povos que habitavam as proximidades do Rio Itacaiúnas e seus afluentes pode-se entrever seus costumes e modos de vida. Deixaram registros de sua existência imortalizados na cerâmica que produziam para uso cotidiano ou ritual.

Dessa memória é que são extraídos os principais traços das peças, características que unem a cerâmica contemporânea à ancestral. A modelagem e ornamentação é toda feita manualmente e a base da pintura são pigmentos provenientes de minerais da região como minério de ferro, manganês, e argilas coloridas.

O Centro Mulheres de Barro oferece visitas guiadas na exposição: “Patrimônio Arqueológico e Cultural da Microrregião de Parauapebas” e uma programação semanal, voltada para o público infantil, com contação de histórias e oficina de leitura, além do “Encontro dos Saberes” – diálogo socioculturais, para o público adulto. O espaço está aberto à visitação pública de segunda à sexta das 8h às 12h e das 14h às 18h, e aos sábados, das 8h às 12h.

 

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