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Capacidade de fazer boa ciência é motivo de comemoração entre pesquisadores; vídeo

Nesta sexta-feira (08), são celebradas duas datas que envolvem o meio da pesquisa: Dia Nacional da Ciência e o Dia Nacional do Pesquisador Científico

Camila Azevedo

O Dia Nacional da Ciência e o Dia Nacional do Pesquisador Científico são celebrados neste 8 de julho e foram datas criadas com o objetivo de estimular nos jovens o gosto pelos estudos e divulgar os saberes científicos. A data lembra a importância que a ciência tem para promover mudanças e une a necessidade de aumentar os investimentos voltados para a área, principalmente para incentivar o gosto e formação de novos profissionais. Um dos grandes centros de referência em pesquisa no estado voltada para diversos setores é a Universidade Federal do Pará (UFPA), que soma um total de 9.424 alunos nos mais de 170 cursos de pós-graduação, voltados para o desenvolvimento e formação de novos atuantes no mercado.

O Congresso Nacional instituiu este dia por meio de leis distintas, a primeira sancionada em 2001, de nº 10.222; a segunda, em 2008, através da Lei nº 11.807. A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), fundada em 1948, foi a inspiração para a criação da comemoração e segue sendo considerada por professores, alunos e pesquisadores do país. 

Os campos atingidos pela ciência, como natureza, sociedade, computação e saúde, são diversos e unem a vontade de transformações inovadoras com dificuldades reais encontradas dentro dos centros de pesquisa, o que impede o fortalecimento e manutenção das ações. Isso porque os investimentos, apoios e incentivos para manter tanto o pesquisador quanto o aluno dentro das instituições ainda está longe de ser o ideal, uma vez que os bloqueios federais na educação ultrapassam os R$3,23 bilhões no orçamento do Ministério da Educação (MEC), o que representa 14,45% dos recursos destinados ao ensino. 

A exemplo: a UFPA, mundialmente reconhecida por seus feitos e méritos no desenvolvimento científico nos mais abrangentes setores, que valoriza os estudos na Amazônia e sobre a Amazônia. Estima-se que a perda seja equivalente a R$28 milhões de um orçamento que já é R$10 milhões menor do que o de 2019, contra uma inflação de 18,89% no período, afetando diretamente todos os projetos em execução na instituição. 

O pesquisador da área de bioinformática da UFPA Vinícius Abreu, trabalha para mapear o genoma do cupuaçu, produto natural do Pará, com a finalidade de melhorar o plantio da fruta para alcançar o profissionalismo e potencializar o cultivo pelas famílias. As técnicas envolvidas visam tirar a acidez, deixando o alimento mais doce, e ajudam na prevenção contra pragas. 

image O mapeamento do genome do cupuaçu tem como objetivo melhorar o plantio da fruta para alcançar o profissionalismo e potencializar o cultivo pelas famílias (Divulgação/Embrapa)

De acordo com o especialista, a contenção dos recursos é uma realidade que afeta há anos as universidades como um todo, atrasando os processos que já estão em prática e os que ainda virão. “Isso nos prejudica bastante, principalmente no ponto de vista da formação geracional, o aluno quando assiste os problemas que a ciência passa, acaba não se motivando para ser cientista. Os poucos que se motivam, encontram em outros países, ou até mesmo na iniciativa privada, motivação para ir para essas áreas, o que acaba ocasionando um problema futuro: vamos ter falta de recursos humanos na nossa pesquisa”, explica. 

Regiane Kawasaki atua na UFPA unindo computação avançada com biologia, soma que rende resultados e auxilia futuros profissionais. A pesquisadora encontra na capacidade de fazer boa ciência, ainda que com muitas dificuldades, motivos para celebrar a data e afirma que a falta de recursos e bolsas desatualizadas são decisivas na manutenção de alunos nas universidades. "Nós vemos quantas possibilidades são perdidas não tendo o fomento, a renovações de editais. Nós conseguíamos renovar nosso equipamento, pagar bolsas, segurar o aluno no laboratório, na pesquisa. Mas, hoje em dia, infelizmente, a gente já não conta com isso”, lamenta Regiane. 

A realidade não é diferente ao sair dos centros profissionais e encontrar estruturas precárias em escolas, local em que o ensino deveria ser amplamente investido com acesso de qualidade aos materiais. A professora e projetista de redes Thalia Souza diz que o analfabetismo funcional visto em crianças nesses ambientes é desafiador e requer um trabalho que comece pela base para que os conceitos sejam inseridos. “Além do analfabetismo funcional, as crianças são muito tímidas, não conseguem se comunicar com a gente. Parte do desafio é tentar ensinar algo completamente novo e que esteja fora da realidade delas”, diz. 

Projeto Nau dos Mestres

Com o intuito de despertar a curiosidade, o espírito investigativo e o protagonismo infantil, a Prefeitura de Belém tem o projeto Nau dos Mestres para ensinar ciências de forma diferente e criativa nas escolas da cidade. Os temas abordados relacionam química, física, matemática e biologia. 

O programa inclui a capacitação de professores e o acompanhamento da evolução dos alunos.

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