Voluntários da Assembleia de Deus levam ação social ao município de Melgaço

A programação começou nesta sexta (9) e se estenderá até o domingo (11), com serviços médicos e entrega de 2.500 cestas básicas

Eduardo Rocha

09.06.23 17h30

Embarque dos voluntários da Assembleia de Deus que já começaram o Impacto Humanitário em Melgaço (PA) (Foto: Divulgação Assembleia de Deus)

Um grupo de 1.300 integrantes e voluntários da Igreja Evangélica Assembleia de Deus embarcaram, na tarde da última quinta-feira (8), em uma viagem de dez horas até o município de Melgaço, no Arquipélago do Marajó, onde serão ofertados serviços diversos às comunidades de baixa renda. A programação, denominada Impacto Humanitário, foi aberta nesta sexta-feira (9) e se estenderá até o domingo (11), sob a coordenação do pastor Samuel Câmara, presidente da Assembleia de Deus em Belém, como parte das comemorações pelos 112 anos da Igreja-Mãe. Ao longo desses três dias, além dos atendimentos em saúde, serão entregues doações ao.

Melgaço é conhecido nacionalmente por registrar o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por esse motivo e como prática cristã, a Assembleia de Deus decidiu mobilizar 1.300 pessoas em uma grande caravana para o município, reunindo tanto voluntários de Belém como de outras localidades marajoaras.

Pastor Samuel Câmara coordena o Impacto Humanitário em Melgaço, no Marajó (PA) (Foto: Divulgação Assembleia de Deus)

A missão conta com 20 médicos, enfermeiros, dentistas, nutricionistas, psicólogos, professores, assistentes sociais, advogados, costureiras, pedreiros, cabeleireiros e outros profissionais. O foco é promover ações que ajudem a melhorar as condições de vida dos moradores.

Triste realidade

Em 2010, Melgaço apresentou o pior IDH do Brasil, com nota 0,418 (em uma escala de 0 a 1), segundo o IBGE. Essa é uma medida que permite comparar a qualidade de vida entre municípios do país e do mundo, levando em consideração não só aspectos econômicos, mas, também sociais. Segundo dados colhidos pela organização do evento, cerca de 28 mil pessoas que vivem na região apresentam graves problemas, ampliados com a crise da covid-19, em setores como saúde, educação, saneamento, alimentação, sociais, culturais, além da escassez de itens básicos. De acordo com o IBGE, 15% da população com mais de 15 anos não sabem ler ou escrever. Outra grande parte é analfabeta funcional. Esse quadro reflete diretamente na produção econômica de Melgaço.

Cestas básicas e base humanitária

O Impacto Humanitário possibilitará a entrega de 2.500 cestas de alimentos, kits de enxoval, itens de higiene pessoal, roupas e brinquedos. Grande parte desse material será repassada às famílias de baixa renda neste sábado. A atividade inclui ainda palestras sobre prevenção de abuso e exploração sexual. A programação prevê, ainda, a entrega de casas mobiliadas para pessoas em situação de vulnerabilidade econômica.

Programação prevê entrega de casas para famílias de baixa renda (Foto: Divulgação / Assembleia de Deus)

Para dar continuidade ao trabalho iniciado em junho de 2022, a igreja construiu uma Base Humanitária permanente, que foi inaugurada nesta sexta-feira (9). "Vamos deixar essa Base em Melgaço até que o município deixe de ser o pior IDH do Brasil", afirmou o pastor Samuel Câmara. Nesse espaço, serão realizados cursos de qualificação, como de corte de costura, instaladas pequenas empresas e ofertados atendimentos nas áreas médica, odontológica e jurídica.

Base Humanitária passa a funcionar em Melgaço IPA) (Foto: Divulgação Assembleia de Deus)

112 anos de história

Em 18 de junho de 1911, os missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg fundaram a primeira igreja da Assembleia de Deus em Belém. Soure, município que dá suporte a Melgaço, foi um dos primeiros lugares no Pará que receberam a mensagem pentecostal de Daniel Berg, no mesmo ano de fundação da Igreja, juntamente com Afuá, também na ilha do Marajó, em 1914.

Para relembrar essa data histórica, a Igreja está com uma programação que envolve também a tradicional reconstituição da chegada dos pioneiros ao Estado. A encenação será no dia 17 de junho, às 9h, na Escadinha do Porto de Belém. Cerca de 50 mil pessoas são mobilizadas a cada edição da montagem teatral, vestidas em trajes de época. Na noite do mesmo dia, ocorrerá a grande celebração dos 112 anos no Centenário Centro de Convenções, e, no dia 20 de junho, o encerramento das comemorações, também no Centro de Convenções da igreja.