VÍDEO: Resgatado de residência em Barcarena, tamanduá da menor espécie do mundo é solto à natureza
Soltura aconteceu nesta terça-feira (4), em uma área de mata do município, longe da região urbana

A menor espécie de tamanduá do mundo encontrada dentro de uma casa em Barcarena, nordeste do Pará, foi solta em uma área de mata do município, longe da zona urbana, nesta terça-feira (4). O animal, conhecido como tamanduaí ou tamanduá-seda, por causa da sua pelagem macia, estava agarrado em uma grade da varanda de um imóvel, quando foi localizado na última segunda (3).
A soltura do tamanduá foi acompanhada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico (Semade) de Barcarena e o Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA), que atuou no resgate.
O que dizem os moradores?
O animal apareceu na residência onde mora o produtor musical Leidyson Silva e Luciane Silva, na rua Capitão Tomé Serrão, no bairro Nazaré. Ele conta que o animalzinho estava caminhando no telhado da casa, na parte interna. "Nós ficamos surpresos pois nunca imaginaríamos encontrar um animalzinho dessa espécie andando sobre nossas cabeças”, contou Leidyson.
O produtor musical ainda relata que, por possuir uma área de mata atrás do terreno onde vivem, esta não foi a primeira vez que se depararam com animais incomuns naquele habitat, como várias espécies de lagartos, cobras, saracura.
"É muito raro de isso acontecer", diz professora sobre animal encontrado em Barcarena
A professora Ana Silvia, que trabalha com a disciplina de animais silvestres na Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), conta que, de todas as espécies de tamanduá existentes, essa é a mais isolada.
“Ele (tamanduaí) é a menor espécie. Pelo próprio tamanho, pelo comportamento dele de isolamento. É um animal principalmente de hábito noturno e arborícola, dificilmente ele desce para se expor. Se isso acontecer deve ser à noite para mudar de árvore, se ele não tiver uma conexão na floresta, porque ele vai mudar de árvore de um galho para outro pela parte aérea”, conta.
Uma das possibilidades do encontro do animal em uma casa, para Silvia, é pelo possível “desmatamento na área que ele estava”, que teria ocasionado a migração para o local de localização. Outra hipótese que pode ter acontecido é de alguém ter pego o tamanduaí da árvore para ajudar e “acabou parando na casa da pessoa”. “Naturalmente ele não vai entrar em contato e não vai buscar abrigo na casa das pessoas. É muito raro isso acontecer”, analisa.
A professora aproveitou para ressaltar características biológicas desse tamanduá. “Ele se camufla na natureza, se enrosca. A cauda acaba vindo para cima dele, fica igual uma bola e (...) você não consegue visualizar a face dele, por exemplo. Ele come muita formiga, mais do que cupim. Até porque para não se expor e não sair tanto do hábito da arborícola, ele come a formiga que está disponível mais próximo”, explica.
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