Zelenski diz que se reunirá com Trump; Rússia deve rejeitar acordo

Segundo Zelenski, o encontro com Trump deve se concentrar no plano de paz de 20 pontos dos EUA

Estadão Conteúdo

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, afirmou que se reunirá neste sábado, 27, na Flórida, com Donald Trump, para acertar o acordo de paz mediado pelos Estados Unidos e encerrar quase quatro anos de guerra. No entanto, é improvável que a Rússia aceite os termos, diante de seus avanços no campo de batalha e da dificuldade em vender aos russos o acordo como uma vitória.

"Isso é uma verdadeira zombaria", disse Aleksei Naumov, analista de assuntos internacionais de Moscou, sobre o novo plano ucraniano, em uma postagem no aplicativo de mensagens Telegram. "A ideia é clara: apresentar isso aos americanos como um 'compromisso' e, em seguida, culpar a Rússia pelo seu fracasso."

Segundo Zelenski, o encontro com Trump deve se concentrar no plano de paz de 20 pontos dos EUA, além de propostas específicas sobre garantias de segurança e um acordo econômico separado. Ele avaliou como positiva a rodada mais recente de negociações e afirmou que as conversas renderam "novas ideias" sobre formatos, encontros e prazos para "uma paz real".

As declarações foram feitas após uma ligação, na quinta-feira, 25, que durou quase uma hora, com o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, e Jared Kushner, genro de Trump.

Em uma mensagem publicada no X nesta sexta, 26, Zelenski disse que os dois lados concordaram com uma reunião "no mais alto nível", acrescentando que "muita coisa pode ser decidida antes do ano-novo". A Casa Branca, porém, não confirmou o encontro imediatamente.

Divergências

Nos dois anos recentes, Vladimir Putin tem insistido consistentemente em dois pontos principais: a Ucrânia deve retirar suas forças do restante das regiões de Donetsk e Luhansk; e sua adesão à Otan está fora de cogitação.

Putin reafirmou ontem essas mesmas posições em sua coletiva de imprensa anual. Ele disse que a Rússia está disposta a fazer algumas "concessões" - que envolvem abrir mão de alguns territórios ocupados nas regiões de Kharkiv e Zaporizhzia, na Ucrânia. Mas enfatizou que continua disposto a continuar lutando para ocupar Donetsk totalmente.

Já o plano de paz ucraniano estipula que a Rússia deve retirar suas forças das regiões de Dnipropetrovsk, Mikolaiv, Sumi e Kharkiv. A proposta também afirma que a Ucrânia retiraria suas tropas das áreas da região de Donetsk que seriam transformadas em uma zona desmilitarizada - mas somente se a Rússia retirar suas forças de uma área equivalente.

Os russos ocupam cerca de três quartos da região de Donetsk. No ritmo atual de seu avanço, as forças de Putin levariam cerca de 18 meses para capturar toda a região. O Kremlin, no entanto, ainda negocia com o objetivo de manter uma relação construtiva com os EUA e evitar assumir toda a culpa pelo conflito, afirmam especialistas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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