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Uma fatia de bacon por dia aumenta chance de demência em 44%, aponta estudo

Mas algumas carnes não processadas podem proteger contra a demência, os cientistas descobriram

Redação Integrada com informações do Daily Mail e Jornal da USP
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Comer carne processada, como salsichas, bacon e hambúrgueres pode aumentar drasticamente o risco de desenvolver demência, mostra uma nova pesquisa.

As descobertas sugerem que comer apenas uma fatia de bacon por dia pode aumentar as chances de desenvolver a doença em impressionantes 44%.

No entanto, os amantes da carne não precisam se desesperar, já que os cientistas que conduziram o estudo também descobriram que comer algumas carnes não processadas, incluindo boi, porco e vitela, pode proteger contra a demência.

No estudo, as pessoas que comeram 25g por dia de carne processada tiveram uma chance 44% maior de desenvolver a doença, mas aqueles que consumiram 50g por dia de carne não processada tiveram quase 20% menos probabilidades de desenvolver demência.

Meio milhão

A pesquisa, da Universidade de Leeds, explorou uma ligação potencial entre comer carne e desenvolver demência usando dados de 500.000 pessoas.

A professora Janet Cade, que supervisionou a pesquisa, disse: “Qualquer coisa que possamos fazer para explorar os fatores de risco potenciais para a demência pode nos ajudar a reduzir as taxas dessa condição debilitante. Essa análise é um primeiro passo para entender se o que comemos pode influenciar esse risco.”

Os pesquisadores investigaram as ligações entre comer diferentes tipos de carne e o risco de demência.

Dados robustos

A equipe estudou dados do banco de dados UK Biobank contendo informações genéticas e de saúde de meio milhão de britânicos com idades entre 40 e 69 anos entre 2006 e 2010.

Isso incluiu a frequência com que as pessoas ingeriam diferentes tipos de carne, com seis opções de nunca a uma ou mais por dia.

As dietas vegetarianas e veganas não foram analisadas especialmente, mas o estudo incluiu pessoas que evitaram a carne vermelha.

Em uma média de oito anos, surgiram quase 2.900 casos de demência.

Isso foi observado em pessoas que eram geralmente mais velhas, mais carentes economicamente, menos educadas, mais propensas a fumar, menos fisicamente ativas, mais propensas a ter histórico de AVC e demência familiar.

Também foi observado em pessoas com maior probabilidade de carregar um gene relacionado à demência, explicou a equipe.

Mais homens do que mulheres foram diagnosticados com demência no estudo.

Fator comum

O professor Cade disse: “Algumas pessoas têm três a seis vezes mais probabilidade de desenvolver demência devido a fatores genéticos bem estabelecidos, mas as descobertas sugerem que os riscos de comer carne processada eram os mesmos, independentemente de a pessoa ser geneticamente predisposta a desenvolver a doença ou não. Aqueles que consumiram maiores quantidades de carne processada eram mais propensos a ser homens, menos educados, fumantes, com sobrepeso ou obesos, tinham menor ingestão de vegetais e frutas e maior ingestão de energia, proteína e gordura, incluindo gordura saturada.”

O consumo de carne foi anteriormente associado ao risco de demência, mas acredita-se que este seja o primeiro estudo em grande escala de participantes ao longo do tempo a examinar uma ligação entre tipos e quantidades específicas de carne e o risco de desenvolver a doença.

O pesquisador principal Huifeng Zhang, um estudante de doutorado da Universidade de Leeds, disse: “Em todo o mundo, a prevalência da demência está aumentando e a dieta como um fator modificável pode desempenhar um papel. Nossa pesquisa contribui para o crescente corpo de evidências que liga o consumo de carne processada ao aumento do risco de uma série de doenças não transmissíveis.”

Números

Existem cerca de 50 milhões de casos de demência em todo o mundo, com cerca de dez milhões de novos casos diagnosticados a cada ano. No Brasil, são registrados dois milhões de casos por ano.

A professora Cláudia Kimie Suemoto, da Disciplina de Geriatria e pesquisadora do Biobanco para Estudos em Envelhecimento da FMUSP, afirma que o número elevado no Brasil se dá porque “esses casos são comuns especialmente em países em desenvolvimento”.

“Foi comprovado que os pacientes com grau de escolaridade maior possuem menores chances de desenvolver demência. O diferencial do Brasil nessa análise é que, enquanto outros países apresentam uma população que passa cerca de 12 anos estudando, a média do nosso país é de apenas quatro anos”, alerta Cláudia. Ela também ressalta que “trabalhos cognitivamente estimulantes diminuem a chance do aparecimento da síndrome porque isso cria reservas de neurônios, que são desgastados naturalmente ao longo dos anos”.

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