Sair rápido do lockdown pode levar a mais mutações do vírus, diz especialista

A Grã-Bretanha tenta manter a covid sob controle durante o processo de vacinação ou corre o risco de permitir a mutação do vírus e inutilização dos imunizantes, alertou um especialista.

Christina Pagel, pesquisadora de saúde e matemática da University College London, disse que permitir que o vírus continue a se espalhar pode dar ao coronavírus tempo para sofrer mutações que comprometam a eficácia das vacinas.

O Reino Unido já está em alerta máximo para mutações e fechou suas fronteiras para qualquer um que não tenha testado negativo em 72 horas de viagem, para impedir a entrada de variantes evoluídas.

Mas ainda há o risco de que as pessoas escapem dos controles e que os surtos comecem novamente dentro do país na primavera - o ministro das vacinas, Nadhim Zahawi, sugeriu que as regras de bloqueio podem começar a ser suspensas já em março.

Se o vírus puder continuar circulando, continuará mutando e, quanto mais tempo isso durar, mais provável que surja uma mutação devastadora. Os cientistas temem que o vírus possa aprender a escapar das vacinas e da imunidade natural (de quem já se infectou) com o tempo.

A segunda onda da Grã-Bretanha foi impulsionada por uma variante altamente infecciosa que surgiu pela primeira vez em Kent.

Pesquisadores de laboratório também identificaram dezenas de casos de uma variante sul-africana no Reino Unido e na semana passada confirmaram que 11 amostras tiveram resultado positivo para uma das duas variantes brasileiras.

O diretor médico da Inglaterra, professor Chris Whitty, já admitiu que a estratégia atual do Reino Unido de vacinar as pessoas pela metade aumenta o risco de o vírus sofrer mutação e se tornar resistente à vacina.

O Dr. Pagel afirmou que uma combinação de vacinação rápida e “supressão” estrita de surtos deve continuar até que a maioria das pessoas tenha sido imunizada.

O programa de vacinas do NHS fez um progresso impressionante até agora, com mais da metade dos maiores de 80 anos já inoculados e um total de 3.857.266 vacinados no sábado.