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O que a tragédia no Texas tem a ver com o filme 'Enchente: quem salvará nossos filhos?'

O cenário atual remete à tragédia de 1987, quando um ônibus com adolescentes de um acampamento foi arrastado pelo mesmo rio, causando a morte de dez meninas.

Thaline Silva*
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Entre a noite de quinta-feira (3) e a madrugada de sexta, durante o feriado de Independência dos EUA, uma série de enchentes repentinas atingiu a região central do Texas. Chuvas intensas fizeram o Rio Guadalupe — um dos principais do estado — transbordar, com volumes que ultrapassaram 250 mm em alguns pontos, mais que o dobro do previsto.

imageO filme “Enchente: Quem Salvará Nossos Filhos?”, lançado em 1993, que se popularizou no Brasil por exibições na TV aberta (Reprodução/Movie Meter)

A enxurrada surpreendeu moradores e turistas nos municípios da região conhecida como Texas Hill Country, área montanhosa e turística a noroeste de San Antonio. A força da água destruiu pontes, arrastou veículos e devastou residências, além de atingir acampamentos de verão.

Autoridades locais classificam o desastre como uma das enchentes mais letais da história recente do Texas. Em resposta, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decretou estado de desastre e autorizou auxílio federal.

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O filme que retrata a tragédia de 1987

O cenário atual remete à tragédia de 1987, quando um ônibus com adolescentes de um acampamento foi arrastado pelo mesmo rio, causando a morte de dez meninas.

O episódio inspirou o filme “Enchente: Quem Salvará Nossos Filhos?”, lançado em 1993, que se popularizou no Brasil por exibições na TV aberta, como na Sessão da Tarde. Dirigido por Chris Thompson, o longa reconstitui os momentos de tensão vividos pelos jovens presos na enxurrada repentina do Rio Guadalupe, em 17 de julho de 1987, enquanto retornavam de um acampamento cristão em Comfort.

Apesar dos alertas meteorológicos para evacuação, a água subiu rapidamente, arrastando um ônibus e uma van com 43 jovens e monitores. Segundo o The New York Times, parte do grupo formou uma corrente humana para se manter unida na correnteza, enquanto outros buscaram refúgio em árvores. Dez pessoas morreram, incluindo Melanie Finley, de 14 anos, que caiu ao se soltar da corda de um helicóptero durante o resgate. O corpo de John Bankston Jr., de 17 anos, nunca foi encontrado.

Tragédia no Camp Mystic em 2025

No atual desastre, equipes de resgate trabalham pelo quarto dia consecutivo procurando desaparecidos após as enchentes do feriado de 4 de julho. Até esta segunda-feira (7), as autoridades confirmaram 82 mortes no Texas, entre elas 27 meninas e monitoras do acampamento cristão Camp Mystic, uma das áreas mais afetadas.

Outras 41 pessoas continuam desaparecidas, incluindo 10 crianças e uma monitora. Cerca de 750 meninas estavam no local quando a enchente atingiu o acampamento. As cabanas próximas ao rio, onde dormiam as crianças mais novas, foram as primeiras a serem inundadas.

“Elas correram morro acima, algumas sem sapatos, no escuro. Pela manhã, estávamos sem comida, luz ou água”, relatou Elinor Lester, de 13 anos, que conseguiu se abrigar em uma área mais alta.

O resgate só chegou horas depois, com helicópteros lançando cordas para que as meninas atravessassem a correnteza. Segundo comunicado oficial do Camp Mystic, 27 pessoas — entre campistas e monitoras — perderam a vida. “Nossos corações estão partidos junto com as famílias que vivem essa tragédia inimaginável. Estamos orando por elas o tempo todo”, afirmou a instituição.

O local ficou sem energia elétrica e sinal de internet, dificultando a comunicação com os familiares. Um e-mail enviado pelo acampamento informou que, caso os pais não conseguissem contato direto, suas filhas estavam seguras.

Chloe Crane, ex-monitora do Camp Mystic e hoje professora, comentou: “Não consigo imaginar o terror que sentiria como monitora cuidando de 15 meninas numa situação dessas. É uma tristeza enorme". 

Imagens divulgadas após o desastre mostram o acampamento destruído, com paredes arrancadas e estruturas de madeira torcidas, cenário que lembra a tragédia de 1987 no mesmo rio.

*Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do núcleo de Política e Economia

 

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