Lavrov: Rússia ainda considera diplomacia como solução preferencial para guerra na Ucrânia
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou que Moscou continua considerando um acordo diplomático como solução preferencial para a guerra na Ucrânia e revelou que o enviado especial do presidente dos Estados Unidos, Steve Witkoff, esteve em Moscou para apresentar "parâmetros concretos" de um possível plano de paz.
Em entrevista à Associação Diálogo Franco-Russo, Lavrov pontuou que as propostas levadas pelo representante de Donald Trump contemplavam princípios exigidos por Moscou, incluindo a necessidade de abordar as "causas profundas" do conflito, relacionadas sobretudo à expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e à militarização da Ucrânia. O chanceler, porém, criticou o que chamou de "contradições" de Kiev, afirmando que Volodymyr Zelensky ora se mostra disposto a discutir o plano, ora nega qualquer negociação, o que, na visão russa, dificulta o avanço de qualquer entendimento.
Lavrov também acusou europeus e americanos de terem "bloqueado" tentativas anteriores de negociação, citando a intervenção do então premiê britânico Boris Johnson em 2022, e reiterou que o Ocidente mantém uma estratégia orientada a impor um "derrota estratégica" à Rússia, inclusive por meio de sucessivos pacotes de sanções. Apesar disso, disse que Moscou permanece aberta ao diálogo, desde que haja clareza sobre as condições apresentadas e respeito aos interesses de segurança russos.
Ao comentar temas globais, Lavrov ironizou a recente sinalização do presidente francês, Emmanuel Macron, de que a França poderia se aproximar do Brics. "Macron já disse em algum lugar que irá participar do Brics. Mas ninguém o convidou." O chanceler disse não ver consenso dentro do bloco para aceitar Paris, observando que, pelas posições assumidas pela França em política externa, seu lugar natural permanece sendo a União Europeia, a Otan e o G7.
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