Israel acusa Hamas de 'não cumprir' pontos do acordo de trégua em Gaza

As negociações indiretas entre Israel e Hamas aceleraram nos últimos dias

AFP
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Israel acusou o Hamas, nesta quinta-feira (16), de descumprir alguns pontos do frágil acordo de trégua e libertação de reféns na guerra de Gaza, e realizou novos bombardeios, aguardando sinal verde do Executivo para o projeto anunciado.

A trégua, anunciada pelos mediadores Catar e Estados Unidos na quarta-feira, entraria em vigor no domingo e envolveria a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, o que, uma vez concluída, encerraria a guerra de mais de 15 meses que deixou milhares de mortos em Gaza.

Segundo um alto funcionário israelense, o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se reunirá na sexta-feira para votar o acordo, mas não detalhou a que horas será.

Antes desse anúncio, o governo israelense disse que o Hamas "descumpriu partes do acordo em uma tentativa de obter concessões de última hora".

O principal líder do Hamas, Sami Abu Zuhri, negou as acusações, dizendo que elas "não têm fundamentos".

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O braço armado do movimento islamista também advertiu que "qualquer agressão e bombardeio" israelense contra a Faixa de Gaza poderá colocar os reféns em perigo.

A Defesa Civil de Gaza disse que Israel bombardeou várias áreas do território palestino desde o anúncio do acordo, matando pelo menos 73 pessoas e ferindo centenas.

Segundo o Exército israelense, "cerca de 50 alvos terroristas" foram atacados em "toda" a Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.

Futuro político incerto

A segunda fase, ainda em negociação, envolve a libertação dos demais reféns e a retirada das tropas israelenses, disse Biden.

A terceira e última fase se concentrará na reconstrução do devastado território palestino e na devolução dos corpos dos reféns mortos.

O primeiro-ministro do Catar explicou que um mecanismo de monitoramento administrado por Egito, Catar e Estados Unidos será criado no Cairo para garantir o cumprimento do acordo.

O Egito pediu nesta quinta-feira que o acordo seja implementado "o quanto antes" e disse estar pronto para sediar uma conferência internacional sobre a reconstrução de Gaza.

O acordo não resolve o suspense em torno do futuro político deste território de 2,4 milhões de habitantes, governado desde 2007 por um Hamas hoje muito enfraquecido.

Israel se opõe a qualquer administração futura do Hamas ou da Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia com poderes limitados, enquanto os palestinos rejeitam qualquer interferência estrangeira.

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