Investigação que derrubou primeiro-ministro de Portugal teria confundido nome de António Costa
MP pode ter errado na transcrição das escutas telefônicas e trocado o nome do ministro da economia António Costa Silva com o do primeiro-ministro António Costa

As investigações do Ministério Público de Portugal que levaram António Costa, do Partido Socialista, a renunciar do cargo de primeiro-ministro podem ter cometido um grave erro: trocado os nomes durante a transcrição das escutas telefônicas. Segundo a defesa de um dos investigados, na análise da conversa entre um consultor e um administrador da empresa Start Campus, o MP teria confundido o nome do premiê com o ministro da economia de Portugal, António Costa Silva.
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Na gravação, o consultor Diogo Lacerda Machado teria recebido um pedido do administrador da Start Campus, Afonso Salema, para que solicitasse à Comissão Europeia uma mudança nas normas de atividade econômica para datacenters. Ele cita, então, os ministérios em que o assunto pode ser tratado. "Se for finanças, eu falo logo com o Medina [ministro das Finanças português] ou com o António Mendes, que é secretário do Estado. Se for economia, arranjo maneira depois de chegar ao próprio António Costa [nesse caso, referindo-se ao ministro da Economia]", disse.
De acordo com a CNN Portugal, durante os interrogatórios judiciais com Machado, o Ministério Público reconheceu que a transcrição da escuta estava incorreta.
A operação policial deflagrada na semana passada investiga um suposto esquema irregular de exploração de lítio e de hidrogênio verde por parte do governo português. Na ocasião, sedes de ministérios foram revistados e o chefe de gabinete de António Costa, o premiê, chegou a ser preso. O primeiro-ministro renunciou ao cargo, mas segue como governante interino até março, quando o país terá eleições antecipadas.
Nesta quarta-feira (15), a Presidência da República informou que António Costa vai assumir "funções de ministro das Infraestruturas", segundo a RTP.
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