IA começa a identificar emoções de animais por meio de sons, diz estudo

Tecnologia consegue classificar vocalizações de porcos, cavalos e vacas como sinais positivos ou negativos

Com informações da Folha de São Paulo
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A inteligência artificial (IA) está avançando na compreensão de como os animais se sentem. Um novo modelo desenvolvido por um pesquisador da Universidade de Milão é capaz de identificar se os sons emitidos por porcos, vacas, cavalos e outras espécies indicam emoções positivas ou negativas.

Publicado na revista científica Scientific Reports, o estudo foi conduzido por Stavros Ntalampiras e usou um modelo de aprendizado profundo para analisar características acústicas como tom, frequência e qualidade dos sons de sete espécies de animais com cascos, incluindo cabras e ovelhas.

IA reconhece padrões sonoros entre espécies diferentes

A análise revelou que sons negativos tendem a apresentar frequências mais altas, enquanto os positivos se distribuem de forma mais uniforme. Chamados agudos de porcos e médios de cavalos e ovelhas foram particularmente informativos, apontando para marcadores emocionais compartilhados entre as espécies, mas com variações específicas.

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A descoberta representa um avanço significativo para áreas como pecuária, conservação ambiental e manejo de animais em cativeiro. Ferramentas baseadas em IA poderiam ajudar agricultores a identificar sinais de estresse, permitir que conservacionistas monitorem à distância o bem-estar de populações selvagens e facilitar a resposta de tratadores a mudanças sutis no comportamento animal.

Outros estudos usam IA para interpretar comportamentos animais

Projetos similares vêm sendo desenvolvidos em diversas partes do mundo. Em Nova York, o Project Ceti usa aprendizado de máquina para analisar sequências de sons emitidos por baleias. Já na Irlanda, o Insight Centre for Data Analytics trabalha no desenvolvimento de uma coleira que identifica comportamentos de cães de assistência antes de uma convulsão em seus tutores com epilepsia.

Pesquisadores também estudam expressões faciais e movimentos da cauda de cães como indicadores emocionais. Estudos apontam que mudanças nos músculos faciais podem revelar medo ou excitação, enquanto a direção do abanar da cauda varia conforme a situação.

As abelhas, por sua vez, estão sendo observadas com ajuda de visão computacional. A tecnologia ajuda a decodificar suas danças de orientação para fontes de alimento, destacando como pequenos movimentos podem alterar a interpretação entre os insetos.

Uso da IA exige cautela ética e metodológica

Apesar das promessas, os especialistas alertam que reconhecer padrões não é o mesmo que entender emoções. Classificações simplificadas, como “feliz” ou “estressado”, podem não captar a complexidade do comportamento animal. A recomendação é integrar dados de sons com pistas visuais e fisiológicas para tornar os modelos mais confiáveis.

Outro ponto de atenção é o impacto ambiental. O uso intensivo de IA demanda energia e pode gerar pegadas de carbono, o que precisa ser considerado especialmente em projetos voltados à conservação.

A conclusão do estudo ressalta que a capacidade de “ouvir” os animais com apoio da tecnologia traz responsabilidades. O grande desafio não está apenas em captar os sinais, mas em como usá-los de forma ética e em benefício dos próprios animais.

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