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França: ex-presidente Nicolas Sarkozy é condenado em caso de financiamento ilegal de campanha

Estadão Conteúdo

A Justiça da França condenou nesta quinta-feira, 25, o ex-presidente Nicolas Sarkozy a cinco anos de prisão por associação criminosa no caso de um suposto financiamento ilegal de sua campanha presidencial de 2007, com dinheiro do então líder da Líbia, Muammar Kadafi, em troca de favores diplomáticos. O ex-presidente negou ter cometido irregularidades (veja abaixo).

Sarkozy foi absolvido das acusações de corrupção passiva, financiamento ilegal de campanha e ocultação de desvio de verbas públicas. Os juízes determinaram que Sarkozy será preso mesmo se recorrer da decisão, mas ainda não definiram a data de sua prisão.

Os ex-ministros Claude Guéant e Brice Hortefeux também foram condenados por associação criminosa. O tribunal de Paris responsável pelo caso considerou que eles conspiraram para buscar financiamento da Líbia para a campanha de Sarkozy em 2007, mas que não era possível provar que o ex-presidente estava diretamente envolvido nessas ações ou que qualquer dinheiro líbio chegou a ser usado na disputa eleitoral, que terminou com a vitória do político conservador.

O juiz principal disse que Sarkozy permitiu que pessoas próximas a ele entrassem em contato com as autoridades líbias "para obter ou tentar obter apoio financeiro na Líbia com o propósito de garantir financiamento de campanha".

Sarkozy nega acusações

Sarkozy negou qualquer irregularidade. Ele afirmou que as acusações são "politicamente motivadas e baseadas em provas forjadas". Durante o julgamento, Sarkozy denunciou uma "conspiração" que, segundo ele, foi orquestrada por "mentirosos e vigaristas", incluindo o "clã de Kadafi".

Ele compareceu ao tribunal de Paris acompanhado da esposa, Carla Bruni-Sarkozy, e de seus três filhos.

Em junho deste ano, o conservador perdeu sua medalha da Legião da Honra, a maior condecoração da França, após sua condenação por corrupção e tráfico de influência por tentar subornar um juiz, em 2014, em troca de informações sobre um caso no qual ele era citado.

Sarkozy também já foi condenado a um ano de prisão por financiamento ilegal de campanha em sua tentativa fracassada de reeleição em 2012, mas recorreu e aguarda o julgamento do recurso.

Como as investigações começaram?

Em 2011, uma agência de notícias da Líbia e o próprio Kadafi afirmaram que o país havia secretamente destinado milhões de euros para a campanha de Sarkozy em 2007. O líder líbio foi morto pouco tempo depois, ainda em 2011, durante a Primavera Árabe, após mais de quatro décadas no poder.

No ano seguinte, o jornal Mediapart publicou um documento que afirmava ser um memorando do governo da Líbia que tratava sobre um acordo de financiamento de 50 milhões de euros (cerca de R$ milhões na cotação atual). Na época, Sarkozy disse que o material era falso e processou o Mediapart por difamação. Já nesta quinta-feira, os juízes decidiram que é "mais provável que este documento seja uma falsificação".

O tribunal também analisou viagens que o ex-presidente fez à Líbia entre 2005 e 2007, quando ainda era ministro do Interior.

Em 2016, o empresário franco-libanês Ziad Takieddine disse ao Mediapart que havia entregue malas cheias de dinheiro líbio ao Ministério do Interior da França durante o governo de Sarkozy. No entanto, algum tempo depois, ele se retratou.

A mudança na afirmação de Takieddine é investigada separadamente, porque Sarkozy e sua esposa também são acusados de tentar manipular testemunhas, em um caso que ainda não foi a julgamento. Takieddine morreu na última terça-feira, 23. Com informações da Associated Press

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