EUA são apontados como o país com maior probabilidade de perder influência global, diz pesquisa
Já quanto à China, 50% dos entrevistados apontaram uma influência positiva, um crescimento de 4 pontos porcentuais em relação a 2024.
Os Estados Unidos são apontados como o país com maior probabilidade de perder influência global, indica relatório da Ipsos obtido com exclusividade pelo Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. O levantamento revela que houve uma queda de 12 pontos porcentuais, em relação a 2024, na confiança de cidadãos de 30 países sobre a influência positiva dos EUA no cenário global na próxima década. Os entrevistados pela agência avaliam ainda que China, Brics e Crink (Coreia do Norte, China, Rússia e Irã) vêm ganhando mais influência do que a nação presidida por Donald Trump.
As informações constam de pesquisa que entrevistou 23.586 pessoas sobre questões internacionais e mundiais, assim como ameaças e segurança.
A agência aplicou questionários on-line, entre 19 de setembro e 3 de outubro, no Canadá, Irlanda, Malásia, Nova Zelândia, África do Sul, Turquia, Estados Unidos, Tailândia, Indonésia, Cingapura, Brasil, Holanda, Nova Zelândia, Grã Bretanha, Alemanha, Austrália, França, Bélgica, Colômbia, Coreia do Sul, Peru, México, Suécia, Chile, Polônia, Hungria, Argentina, Espanha, Itália, Japão e Índia. No Brasil, mil pessoas participaram da entrevista.
Uma seção da pesquisa é dedicada a medir os influenciadores globais, questionando aos entrevistados quais países ou blocos eles consideram que, na próxima década, terão influências em questões globais. Nesse tópico, foi possível observar uma queda dos Estados Unidos, ao passo que a confiança na China cresceu.
Conforme a Ipsos, 48% dos entrevistados dos 30 países concordaram com a influência dos EUA sobre a dinâmica global, uma queda de 12 pontos porcentuais em relação ao ano anterior. A proporção de pessoas que veem impacto positivo dos EUA caiu entre 29 dos 30 países. Menos da metade delas consideram que o País terá um impacto positivo em questões globais na próxima década.
Já quanto à China, 50% dos entrevistados apontaram uma influência positiva, um crescimento de 4 pontos porcentuais em relação a 2024. A avaliação sobre o impacto positivo do Brics e do Crink ficou em 46% e 33%, respectivamente.
O estudo também questionou sobre ganhos e perdas de influência de um modo geral - e o resultado foi novamente negativo para os EUA. Considerando a média dos entrevistados em 30 países, 28% entenderam que o país ganhou influência, 41% entenderam que está mantendo; e 32% que está perdendo. Em relação à China, Brics e Crink, trata-se do menor porcentual de ganho de influência e o maior de perda de influência.
No caso da China, 46% dos entrevistados consideraram que o país ganhou influência, 41% que está mantendo a influência e 13% que está perdendo. Com relação aos Brics, as avaliações ficaram em 31%, 48% e 21%, respectivamente. No caso do Crink, 31%, 44% e 26%.
Houve uma queda ainda mais expressiva na percepção dos brasileiros sobre a influência positiva dos EUA para o mundo na próxima década. De acordo com a pesquisa, 55% dos entrevistados concordaram com a afirmação, uma redução de 18 pontos porcentuais em relação a 2024. Com relação à China, no entanto, 68% veem uma influência positiva do país, globalmente.
Há uma avaliação semelhante sobre a influência do Brics: 66% dos brasileiros veem uma influência positiva do bloco na próxima década. Além disso, 35% dos entrevistados consideram que o bloco está ganhando influência. A média dos 30 países sobre o mesmo tema é de 31%.
Também houve queda na percepção dos entrevistados dos Estados Unidos como o líder mais confiável para democracias: 42% dos 28 mil entrevistados mantém a confiança, uma queda de nove pontos porcentuais em relação a 2024. Entre os brasileiros, a queda foi ligeiramente maior, de 10 pontos porcentuais, sendo que 47% dos entrevistados têm aquele país como líder confiável para as democracias.
Gestão Trump e Tarifaço
A versão 2025 da pesquisa ainda incluiu um segmento específico sobre o tarifaço do presidente Donald Trump. A agência questionou se os entrevistados consideram o uso da medida como uma forma efetiva para o governo norte-americano defender seus interesses econômicos. Segundo o estudo, 58% dos entrevistados concordaram com a premissa. O que chama atenção é que menos da metade dos americanos (46%) disseram concordar com as tarifas. O levantamento aponta ainda que 58% dos entrevistados dos 30 países consideram que os EUA voltarão a um "papel tradicional" após Trump deixar o cargo.
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