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Entrada do Hezbollah no conflito entre Israel e Hamas preocupa libaneses

Grupo paramilitar atua no Líbano oficialmente desde a década de 1980

Gustavo Freitas / Especial para O Liberal
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Desde o início dos ataques terroristas protagonizados pelo Hamas, no último dia 7, novos desdobramentos se somam a cada dia deixando a situação ainda mais complexa. As cenas chocantes de militantes do Hamas adentrando território israelense para ceifar vidas de civis rodaram o mundo e fizeram o governo de Israel entrar em estado de guerra.

E agora entra em cena um dos principais aliados do Hamas, o Hezbollah, grupo paramilitar que atua no Líbano oficialmente desde a década de 80, com forte presença em todos os setores do país e independência do governo libanês.

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O líder do Hezbollah, Nasrallah, vem dando declarações desde a semana passada, alegando que uma incursão terrestre de Israel na Faixa de Gaza acarretaria na entrada oficial do Hezbollah no conflito, para defender Gaza e o Hamas. Caso isto aconteça, o conflito ganharia proporções ainda maiores no Oriente Médio devido ao tamanho e influência do grupo.

Diferentemente do Hamas, que exerce grande influência na Faixa de Gaza, o Hezbollah é uma organização que possui um aparato militar de grande capacidade bélica, com cerca de 100 mil mísseis disponíveis para defender seus interesses em todo Oriente Médio. E, embora seja reconhecido pelo ocidente como um grupo terrorista, dentro do Líbano o Hezbollah é um partido político com cadeiras no parlamento e no gabinete ministerial do atual governo.

Fatores que levaram à formação do Hezbollah

Desde a revolução Islâmica no Irã em 1979, o regime teocrático que assumiu o poder passou a dar apoio aos xiitas no Oriente Médio, visando a criar uma rede de influência na região. Esse foi um dos fatores que levaram à formação do Hezbollah, que também é formado por xiitas.

Além disso, uma ocupação de Israel no sul do Líbano em 1982 e o desprezo de sucessivos governos libaneses à sociedade xiita, criaram o ambiente para que surgisse o Hezbollah, que hoje é mais forte que o próprio exército do país.

O grupo atua majoritariamente no Sul, onde se concentra a maior parte dos muçulmanos xiitas do Líbano, mas exerce influência em quase todas as áreas do país. Apesar da popularidade nas regiões mais afastadas, a maioria da população libanesa, seja na capital Beirute ou em regiões dominadas pelos cristãos, drusos e sunitas, há um entendimento de que o Hezbollah atrapalha a imagem do Líbano e impede o crescimento do país.

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Um dos motivos que o torna impopular pela maioria, é a ligação com a família Assad, na Síria. Há uma reprovação latente dos libaneses com o país vizinho há décadas, já que a Síria, sob comando do patriarca Hafez Al Assad, costumava ditar a política e as regras no Líbano sem que houvesse qualquer resquício de independência dos libaneses. E, desde que a guerra civil eclodiu na Síria em 2011, o Hezbollah seguiu sendo fiel aliado de Assad, com apoio militar e moral ao governo sírio.

Hezbollah já entrou em conflito com Israel

Esta não seria a primeira vez que o Hezbollah entraria em confronto com Israel. Em 2000, o exército israelense se retirou do sul do país após 16 anos de conflito, abrindo margem para que o grupo controlasse civil e militarmente a região.

Em 2006, um confronto na fronteira gerou uma guerra no Líbano que durou 33 dias e, apesar de ninguém ter sido declarado vencedor oficialmente, o país entrou em mais uma de suas crises devastadoras que foram sentidas em todo território.

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Agora, há um receio da população libanesa em ver o país ser levado mais uma vez a um conflito que não a envolve e não lhe pertence. O Líbano vive em crise financeira devastadora há alguns anos, com inflação descontrolada e fuga de capital após a explosão do porto de Beirute em 2020, e não tem condições de arcar com os problemas vividos por Israel, Hamas e Hezbollah.

Se o grupo se envolver no conflito, Israel teria que lidar com uma nova frente no norte do país, contra um Hezbollah que é considerado a maior força militar sem status de Estado no mundo.

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