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Digissexualidade: conheça a atração romântica e sexual por robôs e IAs

Experiências afetivas e sexuais mediadas por tecnologia já são realidade para muita gente; veja o que se sabe sobre o fenômeno

Hannah Franco | Especial em O Liberal

Relacionamentos com robôs e inteligências artificiais já não são apenas ficção científica. Com o avanço das tecnologias digitais, cresce o número de pessoas que vivem experiências afetivas e sexuais mediadas por máquinas. Esse fenômeno tem nome: digissexualidade, termo que define o envolvimento emocional e erótico com elementos digitais, como robôs, softwares de IA e plataformas online.

A digissexualidade engloba não apenas a atração sexual por entidades tecnológicas, mas também o uso de ferramentas digitais para a expressão da sexualidade. Entre os exemplos estão aplicativos de namoro, brinquedos sexuais conectados à internet, sites de pornografia interativa, plataformas de sexo ao vivo e, mais recentemente, inteligências artificiais programadas para simular relacionamentos amorosos ou eróticos.

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O termo foi proposto pelos pesquisadores Neil McArthur e Markie Twist, em 2017. Segundo especialistas, a digissexualidade não é simplesmente uma extensão da "sexualidade digital", mas sim uma nova forma de vivenciar o desejo, o afeto e o prazer em um mundo cada vez mais conectado. A interação com robôs e IAs pode suprir carências emocionais, oferecer apoio a pessoas com dificuldades sociais ou ser uma alternativa para quem vive relações à distância.

Para alguns, essa nova forma de relação representa uma libertação: não há julgamentos, cobranças ou limitações físicas. Plataformas de inteligência artificial permitem criar companheiros virtuais com personalidade, voz e aparência customizáveis, capazes de manter diálogos, lembrar datas especiais e até desenvolver “sentimentos” por seus usuários.

Apesar dos benefícios apontados, a digissexualidade ainda levanta muitos alertas. Há riscos à privacidade, já que muitos aplicativos e plataformas de inteligência artificial coletam e compartilham dados sensíveis dos usuários, e também preocupações éticas sobre a objetificação, especialmente das mulheres.

A professora Kathleen Richardson, da Universidade de Montfort, no Reino Unido, é uma das vozes críticas do movimento. Para ela, as máquinas não são capazes de oferecer laços reais de intimidade e reciprocidade, o que pode agravar o isolamento social e afetar relacionamentos entre humanos. Ela lidera uma campanha para restringir a propaganda de robôs apresentados como “parceiros perfeitos”.

Estudos também revelam uma ligação preocupante entre misoginia e interesse por robôs sexuais. Pesquisadores canadenses identificaram que homens com opiniões negativas sobre mulheres tendem a demonstrar mais afinidade com esse tipo de tecnologia.

Geração Z vê o futuro com outros olhos

Apesar da controvérsia, os mais jovens estão mais abertos à ideia. Uma pesquisa realizada pela plataforma Joi AI revelou que 83% da Geração Z acreditam ser possível criar conexões emocionais verdadeiras com inteligências artificiais. E mais: 80% afirmaram que se casariam com uma IA, se isso fosse permitido por lei.

A tendência mostra que a relação entre tecnologia e sexualidade deve continuar crescendo nos próximos anos, especialmente com a evolução das inteligências artificiais generativas e dos robôs sociais.

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