Corpo de Navalny tem hematomas e sinais de tentativas de massagem cardíaca, diz jornal

Ele morreu na última sexta-feira (16) na penitenciária de Yamalo-Nenets

O Liberal
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O corpo de Alexei Navalny, opositor russo que morreu na última sexta-feira (16) na penitenciária de Yamalo-Nenets, tem hematomas e sinais de convulsões, de acordo com o jornal russo Novaya Gazeta. As marcas não seriam consequência de espancamento e também indicariam tentativas de massagem cardíaca em Navalny.

A agência de notícias russa Tass já havia informado que equipes médicas que atenderam o opositor tentaram reanimá-lo por mais de 30 minutos antes de declarar sua morte. A família pede a liberação imediata do corpo. Apoiadores acusam o governo russo de assassinar Alexei, além de protelar intencionalmente a entrega do corpo para a família.

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Neste domingo (18), a esposa de Navalny, Yulia Navalnaya, publicou uma foto do casal em suas redes sociais. Foi a primeira postagem desde a morte do marido. Na legenda, Navalnya escreveu somente: "Eu te amo".

O Serviço Penitenciário Federal disse em comunicado que Navalny perdeu a consciência durante uma caminhada e passou mal. A causa da morte ainda não foi oficialmente informada e o governo russo afirmou não ter nenhuma informação a respeito.

Dificuldades da família para encontrar corpo

Os aliados políticos de Navalny confirmaram, no sábado (17), que a mãe recebeu a notificação do falecimento. Kira Yarmysh, porta-voz de Navalny, disse em um comunicado no X (antigo Twitter) que os investigadores russos transferiram o corpo de uma colônia penal no Ártico para a cidade vizinha de Salekhard, onde será examinado.

Ainda na rede social, a porta-voz afirmou que a mãe de Navalny chegou na manhã de sábado na colônia penal de Kharp. A família do opositor russo precisou esperar duas horas até que um oficial da prisão aparecesse para dizer que o corpo foi transferido para Salekhard.

A porta-voz de Navalny disse que os advogados e a mãe do opositor russo foram ao necrotério de Salekhard, mas o local estava fechado. O advogado de Alexey e sua mãe chegaram ao necrotério de Salekhard. Está fechado, porém, a colônia garantiu que está funcionando e que o corpo de Navalny está lá.

"O advogado ligou para o número que estava na porta. Disseram-lhe que ele era o sétimo chamado hoje [sábado]. O corpo de Alexei não está no necrotério", escreveu a porta-voz de Navalny, a escritora Kira Yarmysh, no X.

Homenagens proibidas

Mais de 400 pessoas foram detidas na Rússia enquanto prestavam homenagens ao líder da oposição russa, Alexei Navalny. Centenas de pessoas compareceram a memorais e monumentos às vítimas de repressão política no país com flores e velas no sábado (17).

De acordo com uma das maiores ONGs de direitos humanos da Rússia, a OVD-Info, as prisões foram realizadas em mais de uma dúzia de cidades russas.

Essa é a maior onda de detenções em eventos políticos na Rússia desde setembro de 2022, quando mais de 1.300 pessoas foram presas em manifestações contra uma “mobilização parcial” de reservistas para a campanha militar na Ucrânia, segundo a agência de notícias Reuters.

Efeitos no exterior

A morte do opositor repercutiu em todo o mundo, com muitos líderes globais culpando o presidente Vladimir Putin e seu governo.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, afirmou estar "profundamente entristecido e perturbado" pela morte e exigiu que a Rússia esclareça as circunstâncias do ocorrido.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, responsabilizou Putin pelo acontecido. "A verdade é que Putin é responsável. Independentemente se ele ordenou isso, ele é responsável pelas circunstâncias", disse.

O Ministério das Relações Exteriores russo disse que, "em vez de acusar indiscriminadamente, os Estados Unidos deveriam se limitar a esperar resultados oficiais da investigação médica".

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