Ativista brasileiro e grupo seguem presos após missão humanitária a Gaza, diz ONG
A embarcação foi interceptada pela Marinha israelense na manhã de segunda-feira (9), cerca de 185 km a oeste da costa de Gaza

Oito ativistas pró-palestinos, incluindo o brasileiro Thiago Ávila, permanecem detidos em Israel após a interceptação do barco em que viajavam com destino à Faixa de Gaza. Eles estão detidos em um centro de detenção na cidade de Ramla, próxima ao Aeroporto Ben Gurion, nos arredores de Tel Aviv. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (11) pela ONG israelense de direitos humanos Adalah, que representa a maioria dos detidos.
Na noite de terça-feira (10), um tribunal israelense decidiu manter as ordens de prisão dos ativistas até a próxima audiência judicial, marcada para 8 de julho. Segundo a Adalah, os ativistas se recusaram a assinar um termo autorizando a expulsão, alegando que não entraram ilegalmente no território israelense. Eles afirmam ter sido interceptados em águas internacionais.
Disputa jurídica pode atrasar expulsão
Apesar da decisão judicial, os ativistas ainda podem ser deportados nos próximos dias. A legislação israelense prevê um limite de até 72 horas de detenção para estrangeiros considerados em situação irregular, antes da deportação forçada. No entanto, a recusa em assinar o termo de expulsão complica o processo.
A Adalah questiona a legalidade da detenção. Segundo a ONG, a lei usada para justificar a prisão — que trata de entrada ilegal em Israel — não se aplica ao caso, uma vez que o grupo alega ter sido abordado em alto-mar, fora das águas territoriais israelenses.
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Interceptação e contexto humanitário
O barco "Madleen" partiu da Itália em 1º de junho com o objetivo de entregar uma pequena quantidade de ajuda humanitária à população de Gaza. A Faixa vive uma crise humanitária severa após mais de um ano e meio de conflito entre Israel e o grupo Hamas.
A embarcação foi interceptada pela Marinha israelense na manhã de segunda-feira (9), cerca de 185 km a oeste da costa de Gaza.
Dos 12 ativistas que participavam da ação, quatro aceitaram a deportação e já retornaram aos seus países: a sueca Greta Thunberg, dois franceses e um espanhol. Os oito restantes, entre eles a eurodeputada Rima Hassan, continuam detidos enquanto aguardam nova decisão judicial.
*Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do núcleo de Política e Economia
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