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Cientistas descongelam 13 vírus de até 48 mil anos que estavam adormecidos na Sibéria

O objetivo dos cientistas é prever como o aquecimento global pode provocar novas pandemias

Karoline Caldeira
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Cientistas da Universidade de Marseille, na França, descongelaram e reativaram 13 vírus de até 48 mil anos que estavam adormecidos em um solo permanentemente congelado, chamado de "permafrost", localizado na Sibéria. Embora pareça arriscado, o objetivo é compreender como o aquecimento global, que pode acarretar no degelo da região, é capaz de levar à disseminação de novos patógenos que provoquem emergências de saúde, como a pandemia da covid-19.

O estudo está disponível na plataforma de pré-prints BioRxiv. “Devido ao aquecimento climático, o degelo irreversível do permafrost está liberando matéria orgânica congelada por até um milhão de anos. Parte dessa matéria consiste em vírus que permaneceram adormecidos desde os tempos pré-históricos”, apontam os pesquisadores.

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Os 13 patógenos pertencem a cinco classes diferentes e foram coletados de 7 amostras de diversas partes diferentes do permafrost. Alguns deles vieram de fezes de mamutes congelados, outros do estômago de lobos siberianos. Não é o primeiro estudo do tipo, mas é o mais amplo e que descongelou vírus mais antigos até então.

“Acreditamos que nossos resultados com vírus que infectam Acanthamoeba podem ser extrapolados para muitos outros vírus de DNA capazes de infectar humanos ou animais. Portanto, é provável que o permafrost antigo (eventualmente com muito mais de 50 mil anos) libere esses vírus desconhecidos após o descongelamento. (...) O risco tende a aumentar no contexto do aquecimento global, quando o degelo do permafrost continuará acelerando e mais pessoas estarão povoando o Ártico na sequência de empreendimentos industriais”, escrevem os autores no estudo.

Como foi feito o estudo?

Os cientistas introduziram os vírus, em laboratório, numa cultura de amebas da espécie Acanthamoeba spp, onde eles foram capazes de infectar as células e replicá-las. O experimento, segundo os pesquisadores, confirma a capacidade destes patógenos de “permanecerem infecciosos após mais de 48.500 anos passados em permafrost profundo”.

O perigo de um vírus "escapar" do laboratório é mínimo. Os cientistas buscaram vírus que infectam amebas justamente pela distância evolutiva com humanos e outros mamíferos. Para os cientistas, essa é a “melhor proteção possível contra uma infecção acidental de trabalhadores de laboratório ou a disseminação de um vírus terrível”, finalizam. Com informações do portal O Globo.

(Estagiária Karoline Caldeira, sob supervisão do editor executivo de OLiberal.com, Carlos Fellip)

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