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Remo completa 14 anos da conquista da Série C e ex-atacante revela: 'Tinha tudo para dar errado'

Capitão foi um dos destaques do Leão na campanha que garantiu o título brasileiro no ano do centenário remista

Carlos Fellip
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Tocantinópolis, Abaeté, Novo Hamburgo... estes foram alguns dos clubes que entraram na história do Remo como adversários de uma campanha histórica. Há exatos 14 anos, o Leão conquistava a Série C do campeonato brasileiro e entrava em êxtase no ano do seu centenário. Engana-se, porém, quem pensa que a trajetória até a taça foi de tranquilidade.

Atualmente com 44 anos e dono da Escolinha de Futebol do CRB, em Maceió (AL), o baiano Capitão relembrou que a participação remista naquela Terceirona "tinha tudo para dar errado". "Cheguei na fase de mata-mata e estreei contra o Tocantinópolis, em um jogo épico (4 a 1 em Belém), mas o clube tinha tudo para dar errado. Tinha muita gente com salários atrasados, uma dificuldade imensa, o clube vinha de um rebaixamento. Alguns jogadores remanescentes do ano estavam sem quatro ou cinco meses de salários. Os funcionários então... Ao mesmo tempo, tinha uma pressão muito grande em cima dos atletas, da direção e da comissão técnica. Foi muito difícil!", relembrou.

image Aos 44 anos, Capitão se tornou o dono da Escolinha de Futebol do CRB (Arquivo pessoal)

Perguntado como o título foi conquistado em meio a este ambiente, Capitão disparou: "Os jogadores confiaram muito no presidente da época, o Raphael Levy. Ele era muito transparente com todos e prometeu que pagaria assim que fosse entrando dinheiro. Assim ele o fez e as coisas foram caminhando. Além disso, o [treinador] Roberval Davino [que havia substituído Walter Lima] conseguiu conduzir tudo aquilo de uma maneira fantástica e trouxe jogadores que encaixaram muito bem, como foi o meu caso e também do Maurílio e do Vitor Boleta, que estavam comigo no Ceará, e do Carlinhos, que estava no CRB. Deu uma arrumada no time com força e qualidade". Davino registrou a conquista no livro "Rugido do Leão".

TRAJETÓRIA

O Remo entrou na competição desacreditado após ter sofrido seu primeiro rebaixamento para a Série C do Brasileiro da história. Enquanto isso, assistia ao Paysandu na Série A do Brasileiro. No campeonato paraense, a taça foi perdida pelos azulinos justamente para os bicolores, em uma disputa de pênalti marcada pelo fracasso de Barata diante do goleiro alviceleste Ronaldo.

O início na Terceirona, no entanto, foi animador para o Leão e a torcida se aproximou do clube. Em um grupo com São Raimundo (RR), Abaeté (PA) e São José (AP), o Leão passou tranquilo e terminou como líder do grupo 3, com 14 pontos, seguido do Abaeté (PA), com 10. A média de pagantes por jogo só aumentava e explodiu para 34.728 torcedores por jogo, nas eliminatórias da competição, contra Tocantinópolis, Abaeté e Nacional.

No quadrangular final, a confiança azulina estava consolidada. Novo Hambrugo, Ipatinga e América de Natal eram os adversários em uma disputa caracterizada pelo equilíbrio. Na última rodada, o Remo chegou precisando vencer para garantir o acesso e conseguiu com uma grande partida de Capitão, que marcou um gol e deu assistência para o tento de Maurílio, na vitória por 2 a 1 sobre o Novo Hamburgo. A festa já estava pronta, mas ficou ainda maior quando o América de Natal não conseguiu ampliar a vantagem de 1 a 0 sobre o Ipatinga. Pelos critérios de desempate, os remistas ficaram com a taça de campeão!

PROMESSA

A memória da passagem de glória no Leão rendeu uma promessa de Capitão: "Fomos muito felizes no Remo. Está guardado na memória para sempre. O ano de 2005 foi espetacular. Estou me programando para poder voltar a Belém e, se puder ajudar o Remo de alguma forma, estarei à disposição. O que eu puder fazer por esse clube, eu vou fazer!".

Ficha Técnica do jogo do acesso

Novo Hamburgo/RS 1 x 2 Remo/PA
Local: Estádio Santa Rosa (em Novo Hamburgo)
Árbitro: Djalma José Beltrami (RJ)
Gols: Capitão aos 2, Maurilio aos 29 e Luis Gustavo (penalti) aos do segundo tempo.
Público Pagante: 196 torcedores
Renda: R$ 1.695,00
Expulsão: Sidney (Novo Hamburgo)

Novo Hamburgo (RS): Luciano; Sidney, William e Dias; Rafael, Emerson, Pedro Ayub, Preto e Gerson; Luis Gustavo e Flaviano (Duda). Técnico: Gilmar Iser

Remo: Rafael, Marquinhos, Magrão, Carlinhos e Eduardo (Sérgio); Márcio, Serginho, Maurílio e Geraldo (Capitão); Landu e Douglas Richard (Aílton) Técnico: Roberval Davino.

Veja a campanha azulina na conquista do título Brasileiro de 2005:

1ª fase

31/07/2005 - São Raimundo (RR) 2 x 2 Remo

07/08/2005 - Remo 2 x 1 Abaeté (PA)

14/08/2005 - Remo 3 x 2 São José (AP)

21/08/2005 - São José (AP) 1 x 1 Remo

27/08/2005 - Abaeté (PA) 1 x 2 Remo

03/09/2005 - Remo 4 x 0 São Raimundo (RR)

 

2ª fase

11/09/2005 - Tocantinópolis (TO) 2 x 0 Remo

17/09/2005 - Remo 4 x 1 Tocantinópolis (TO)

 

3ª fase

25/09/2005 - Remo 1 x 1 Abaeté (PA)

02/10/2005 - Abaeté (PA) 2 x 3 Remo

 

4ª fase

08/10/2005 - Nacional (AM) 0 x 2 Remo

16/10/2005 - Remo 0 x 1 Nacional (AM)

 

5ª fase - Quadrangular final

22/10/2005 - Remo 1 x 0 Novo Hamburgo (RS)

29/10/2005 - Ipatinga (MG) 1 x 0 Remo

02/11/2005 - América (RN) 1 x 0 Remo

06/11/2005 - Remo 2 x 0 América (RN)

13/11/2005 - Remo 2 x 2 Ipatinga (MG)

20/11/2005 - Novo Hamburgo (RS) 1 x 2 Remo

Jogos: 18

Remo: 10 vitórias

Derrotas: 4

Empates: 4

Gols marcados: 31 gols

Gols sofridos: 18 gols

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Remo
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