Thaysse Gomes destaca impacto da psicologia no Paysandu: 'Usar sentimentos a favor do desempenho'

Psicóloga bicolor revelou com exclusividade ao Núcleo de Esportes de O Liberal o trabalho realizado diariamente com os atletas do time paraense.

Pedro Garcia
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O impacto de um trabalho psicológico bem estruturado em uma equipe de futebol pode ser percebido na evolução do desempenho coletivo e individual dos atletas. No caso do Paysandu, a chegada da psicóloga Thaysse Gomes trouxe uma nova abordagem ao ambiente do clube, promovendo melhorias no foco, na confiança e no equilíbrio emocional dos jogadores.

Pós-graduanda em Neuropsicologia, Thaysse iniciou seu trabalho com o elenco na semana que antecedeu o clássico Re-Pa, conquistado pelo Papão. Desde então, o time bicolor também demonstrou um excelente controle emocional, especialmente ao vencer, de virada, o jogo contra a Ferroviária por 2 a 1.

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Para ajudar o leitor a compreender como funciona o trabalho de Thaysse com os atletas do Paysandu, o Núcleo de Esportes de O Liberal realizou uma entrevista exclusiva com a psicóloga. Durante a conversa, a profissional explicou o acompanhamento diário dos jogadores e detalhou algumas dinâmicas específicas desenvolvidas para aprimorar o desempenho cognitivo da equipe.

“Utilizo principalmente a escuta e a observação técnica para identificar as necessidades emocionais dos jogadores. Observo o que dizem, como lidam com a frustração e se conseguem controlar e reorganizar suas emoções. Vejo que estão mais conscientes da importância do aspecto mental e aprendendo a usar seus sentimentos a favor do desempenho”, explicou Thaysse.

image A profissional explicou o acompanhamento diário dos jogadores (Cristino Martins/ O Liberal)

A psicóloga também abordou o preconceito que ainda cerca a área da saúde mental, mesmo com o avanço da profissão e dos estudos que comprovam a importância desse serviço. Thaysse destacou que muitos jogadores ainda associam o tratamento psicológico à fraqueza.

“Existe um preconceito muito grande quando falamos de saúde mental, ainda hoje. Parece que expressar o que se sente é sinônimo de vulnerabilidade, e vulnerabilidade é vista como fraqueza, algo negativo. Por isso, tanto nas intervenções individuais quanto coletivas, o trabalho é desconstruir essa ideia para que eles entendam que a melhor forma de usar isso a nosso favor é justamente identificando e lidando com essas emoções”, especificou.

A construção da confiança entre a psicóloga Thaysse e os atletas é um processo cuidadoso, que envolve tanto o trabalho individual quanto dinâmicas em grupo. Essas atividades são planejadas para fortalecer o entrosamento, a competitividade saudável e a compreensão emocional dos jogadores, criando um ambiente propício para o desenvolvimento mental e emocional da equipe.

“Seja numa dinâmica em que divido os atletas em grupos para trabalhar a competitividade, ou em outra que estimula o entrosamento, onde eles compartilham impressões entre si, o objetivo é sempre aproximá-los e fortalecer a confiança mútua. No atendimento individual, conforme a conversa avança, fica claro para o atleta o que emocionalmente está bloqueando seu desempenho em campo”, detalhou a psicóloga.

image Jogadores participaram de uma atividade ministrada pela psicóloga do clube (Reprodução/ Jorge Luís Totti/Paysandu)

Questionada sobre a continuidade do trabalho psicológico no Paysandu, a psicóloga explicou que, embora o projeto esteja em fase inicial, a meta a longo prazo é estruturar protocolos claros e sistemáticos dentro da instituição. Esses protocolos incluem a aplicação regular de testes e a realização de palestras psicoeducativas em intervalos definidos — quinzenais, mensais ou trimestrais — visando monitorar continuamente os aspectos cognitivos e emocionais dos atletas. Dessa forma, o clube poderá oferecer um suporte constante, garantindo que o desenvolvimento mental dos jogadores seja acompanhado de forma integrada e permanente.

“Assim, os jogadores terão um suporte constante, sabendo que tanto o lado cognitivo quanto o emocional estão sendo trabalhados. Também é fundamental que, diante dos altos e baixos naturais do esporte, o atleta saiba que pode contar com uma psicóloga para conversar sempre que sentir queda no desempenho, seja por motivos claros ou para entender causas desconhecidas. Meu plano é organizar essas intervenções para garantir uma frequência estável, pois a psicologia se consolida a médio e longo prazo, mesmo que resultados iniciais possam aparecer antes”, concluiu a profissional.

(Pedro Garcia, estagiário sob supervisão de Caio Maia, coordenador do Núcleo de Esporte) 

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