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Fechado com a Libra, Paysandu inicia 2024 com R$14 milhões em cotas e visa maior receita para 2025

Fred Cabral, vice-presidente de gestão do Papão, falou com exclusividade ao O Liberal e deu detalhes do acordo com a Liga. 

Caio Maia
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O Paysandu anunciou, na última semana, um acordo com a Liga do Futebol Brasileiro (Libra). Com o acordo firmado, o Papão, e as demais equipes que compõe o bloco, poderão negociar, em conjunto, cotas de transmissão de partidas a partir de 2025. A nova modalidade, nunca praticada por um clube no Norte do país, é vista como "um passo em direção ao futuro" pela atual diretoria.

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Além do Papão, outros 17 clubes são filiados à Libra. Organização tratará da negociação de direitos econômicos.

Pelo menos é isso que o vice-presidente de gestão do Paysandu, Fred Cabral, pensa sobre o acordo. Em entrevista exclusiva ao Núcleo de Esporte de O Liberal, o dirigente revelou quanto o Paysandu deve receber já neste ano pela assinatura do contrato e disse que os valores devem aumentar a partir de 2025.

"Pela assinatura do contrato, o Paysandu recebeu R$ 3 milhões a título de antecipação não-vinculante a venda de direitos, assim como todos os outros membros. As próximas negociações irão tratar da venda dos direitos de transmissão somente para a partir de 2025, então para a próxima temporada não há impacto. Vamos receber, aproximadamente, R$ 11 milhões da imagem no modelo atual para 2024. Para o cenário além de 2025, nós pretendemos negociar em bloco o melhor retorno possível para esses direitos e não queremos por em risco o melhor resultado para o Paysandu por uma decisão precipitada ou imediatista, afinal trata-se de um compromisso de longo prazo", explicou Fred.

O contrato do Paysandu com a Libra não tem "prazo de validade". Qualquer membro pode optar por sair do bloco quando desejar.

Uma nova forma de negociar o futebol

Comuns na Europa, mas novas no Brasil, as ligas de futebol são organizações compostas pela união de clubes que buscam, em conjunto, negociar acordos financeiros e brigar por melhorias na qualidade do jogo. Em vários países, inclusive, são as próprias ligas que organizam o torneio nacional de clubes. No entanto, no Brasil, essas entidades, por enquanto, serão responsáveis apenas por negociar contratos de transmissão.

Segundo do advogado Clóvis Malcher Filho, presidente do Instituto dos Advogados do Pará, as ligas acadêmicas oferecem uma possibilidade de clubes com menos relevância no cenário nacional ganharem força nas negociações financeiras. Isso ocorre pelo fato dessas agremiações estarem ligadas com clubes tradicionais do futebol brasileiro.

"Um exemplo sobre isso é o dos palitos de fósforo. Se você tem dez palitos e quebra um de cada vez, todos se vão com facilidade. Agora, se você tentar romper eles todos de uma vez, a resistência será muito maior. A liga nada mais é do que isso. A negociação em conjunto deixa os clubes com muito mais força do que tem hoje. Além disso, há uma regra no mundo as ligas de que o clube que ganha mais não pode ter uma proporção muito maior do que aquele que ganha menos. A ideia é que todos cresçam e isso é bom para o Paysandu, que estará em uma liga ao lado de grandes torcidas do Brasil", explicou o advogado.

Além do Paysandu, pertencem à Libra os seguintes clubes: ABC-RN, Atlético-MG, Bahia, Corinthians-SP, Flamengo-RJ, Grêmio-RS, Guarani-SP, Ituano-SP, Mirassol-SP, Novorizontino-SP, Palmeiras-SP, Ponte Preta-SP, Red Bull Bragantino-SP, Sampaio Corrêa-MA, Santos-SP, São Paulo e Vitória-BA. Juntos, concentram cerca de 70% do total da audiência de transmissão do futebol brasileiro.

Fator "Flamengo e Corinthians"

Flamengo e Corinthians, clubes com as duas maiores torcidas do Brasil, fazem parte da Libra. Por conta disso, a entidade ganhou muito mais peso na hora de negociar direitos de transmissão. Essa "sintonia" com clubes que possuem torcidas gigantes é o que busca o Paysandu. Segundo Fred Cabral, ter uma marca vinculada a essas equipes traz maior relevância nacional ao Bicola.

"A Libra reúne os maiores clubes do futebol brasileiro no quesito torcida e, portanto, audiência. Esse é um quesito que para nós é muito significativo, não só pelo tamanho da nossa torcida, mas pelo alto nível de engajamento dela, reconhecido no Brasil afora. Nesta última fase do quadrangular da Série C, tivemos uma repercussão nacional, colocando mais de 100 mil pessoas no Mangueirão em dois jogos consecutivos e batendo recordes de público, inclusive com presença maior que o jogo da própria Seleção Brasileira contra a Bolívia. Portanto, estar ao lado de clubes de massa representa uma grande sintonia com a realidade e o potencial econômico do Paysandu", disse.

Duelo pelo mercado

Além da Libra, o Paysandu recebeu propostas para integrar outra liga de futebol: a Liga Forte. O outro bloco, também composto por equipes tradicionais da Primeira Divisão do Brasil, oferecia uma forma de divisão de cotas diferentes, o que não agradou à diretoria bicolor. Segundo Fred Cabral, na Libra o Paysandu terá mais autonomia em futuras negociações.

"Entendemos que a proposta da Libra era a mais atrativa e estratégica para o Clube. A LFF nos procurou com uma proposta de compra antecipada de 20% dos direitos do clube por 50 anos para aderir, mas a proposta financeira apresentada não correspondia à nossa expectativa e o que entendemos ser o valor desses direitos do Paysandu. Com a Libra retemos 100% dos nossos direitos para uma negociação futura em bloco", explicou.

O valor obtido nas negociações em conjunto da Libra serão divididos seguindo três critérios: igualdade, desempenho esportiva e apelo comercial. No momento, no quesito proporcionalidade, entre 45% e 25% serão divididos entre os clubes Série A. A entidade ainda discute os percentuais para os times da Série B, caso do Papão.
 

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