Justiça mantém condenação do Paysandu em processo movido por Hélio dos Anjos
Clube bicolor foi condenado a pagar mais de R$ 2,3 ao técnico, que deixou o clube em setembro de 2024; decisão também manteve a multa por misoginia aplicada ao treinador
A disputa judicial entre o Paysandu e o ex-treinador do time Hélio dos Anjos segue rendendo nos tribunais. O Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT8) manteve a condenação em 1ª instância do time bicolor referente ao processo de mais de R$ 2,3 milhões movido pelo técnico. A decisão ainda cabe recurso. A informação foi confirmada pela defesa de Hélio.
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A decisão também manteve a multa de 2% do valor da ação aplicada ao treinador por misoginia.
Em março de 2025, o Paysandu foi condenado a pagar mais de R$ 2,3 milhões referentes a salários atrasados, reembolso de passagens aéreas, premiações pelos títulos do Campeonato Paraense e da Copa Verde, além de verbas rescisórias e direitos de imagem. A condenação ocorreu em 1ª instância. Desde então, a equipe e o treinador têm travado uma batalha judicial.
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Hélio dos Anjos comandou o Papão entre 2023 e 2024, período em que disputou 62 jogos e conquistou dois títulos, um Parazão e uma Copa Verde.
Na última audiência, o tribunal analisou o recurso do Paysandu, que defendia que parte da primeira condenação fosse anulada, partindo do pretexto de que a demissão do técnico configurava justa causa, mesmo com a saída de Hélio tendo se dado por meio de rescisão. Apesar dos argumentos, o TRT8, após análise, decidiu manter integralmente a condenação do clube.
Relembre o caso
O processo judicial começou após a saída conturbada de Hélio dos Anjos do Paysandu, em setembro de 2024. O treinador moveu uma ação contra o clube, cobrando aproximadamente R$ 2,6 milhões. Os valores incluíam salários atrasados, reembolso de passagens, premiações, verbas rescisórias e direitos de imagem. A Justiça reconheceu parte das reivindicações do ex-bicolor. Com isso, o clube foi obrigado a pagar mais de R$ 2 milhões ao ex-treinador.
Multa por misoginia
Em setembro de 2025, Hélio dos Anjos entrou com um pedido de justiça gratuita, alegando que enfrentava prejuízos financeiros devido à demora do julgamento. No entanto, o pedido foi negado. Na mesma ação, o desembargador relator do caso apontou um comportamento de possível misoginia contra a juíza por parte do treinador. O magistrado destacou que o Paysandu havia sido punido por condutas homofóbicas atribuídas ao reclamante contra a própria Justiça.
“Me parece ser um perfil desse trabalhador. Além de homofobia, talvez misoginia. Ouvi duas vezes os áudios e percebi que a juíza teve que intervir, afirmando que estava conduzindo a audiência e pedindo comportamento adequado. Ele não obedecia às diretrizes, interrompia falas e negava o direito de condução”, disse o desembargador.
Com isso, foi aplicada uma multa de 2% sobre o valor da causa, que gira em torno de R$ 46 mil em custas processuais.
Posicionamento
Procurada pelo Núcleo de Esportes de O Liberal, a assessoria de comunicação do Paysandu disse que o clube não vai se posicionar sobre o caso.
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