Paysandu alega monitoramento contínuo; relembre o afastamento de Bebeto Campos em 2004

O médico do Paysandu, José Silvério, está no clube há mais de uma década. Ele acompanhou o meia Bebeto Campos, que foi aposentado prematuramente após a constatação de problemas cardíacos. Bebeto teve uma miocardiopatia e dilatação de um dos vasos do coração. Não tinha condições de jogar profissionalmente e em alto nível, pois podia sofrer com uma arritmia -  semelhante àquela que vitimou o zagueiro Serginho, do São Caetano. Serginho teve o problema durante um jogo.

"Ele (Bebeto Campos) passou por vários clubes e nós demos o diagnóstico. Naquela época, o protocolo era apenas ECG (eletrocardiograma). Mudou após o caso Serginho", explicou Silvério, que ressalta a importância do caso para o futebol nacional. "Na época, refizemos todos os exames três dias após o caso. E detectamos (o problema) com um exame de ecocardiograma que, na época, não era feito em clubes. E a partir daí introduzimos no clube. Tempos depois passou a ser protocolo. Mas já fazíamos de rotina". 

José Silvério relata que identificar sérios problemas de saúde em atletas é uma "busca incessante". "Tem casos agudos que surge de forma abrupta", falou, referindo-se a Carlos Alberto. "No Paysandu, fazemos algo em torno de 35 exames. São mais cardiológicos. Fazemos além do protocolo da FIFA", argumenta. "Mesmo assim podemos ser surpreendidos com uma patologia de evolução aguda", pondera. 

Os exames médico, realizados pelo Paysandu, são eletrocardiograma, ergométrico, exames laboratoriais (sangue e urina), ecocardiograma, aval odontológica, além de avaliação fisiológica e funcional.