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Patinadores de velocidade de Ananindeua cobram criação de espaços públicos à prática esportiva

A modalidade que começa a lançar talentos nacionais carece de espaços adequados; para realizar treinos, patinadores se arriscam nas ruas

Luiz Guilherme Ramos
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Com quase 10 anos de existência, o grupo @paarinline virou referência no município de Ananindeua quando o assunto é esporte de velocidade. Da ideia de reunir praticantes da patinação, veio a profissionalização, títulos, mas ainda falta o principal: espaços apropriados à prática esportiva.

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Ao menos é o que garante o instrutor de patinação Carlos Henrique. Aos 27 anos, ele pratica o esporte há 10 e em 2021 foi Campeão Brasileiro de Velocidade. A experiência acumulada no circuito nacional, segundo ele, trouxe muitos adeptos, mas também outras responsabilidades quanto à segurança de quem resolve sair às ruas com patins no pé.

"Hoje, nossa principal dificuldade é em relação à falta de espaço adequado na cidade. Não contamos com uma pista que dê o suporte para desenvolvimento pleno da modalidade na região, trabalhando desde as categorias de base até às adultas", reforça o atleta, que precisa recorrer a um único local na Grande Belém, capaz de receber os atletas.

imageOs atletas percorrem as ruas de Ananindeua. (Cláudio Pinheiro / O Liberal)

"Pela falta de espaços, hoje treinamos no Mangueirão, todo o sábado. Infelizmente não temos uma federação do esporte no estado e o contato com o poder público é muito precário, pois a patinação infelizmente ainda é vista como uma brincadeira por muitas pessoas leigas, mas hoje em dia já é um esporte olímpico", adverte.

Durante a semana, o mesmo grupo também se reúne para sair às ruas em trajetos variáveis, que contornam o município de Ananindeua. É nessas horas que o cuidado aumenta e a atenção redobra. Segundo Henrique, o principal entrave nesses passeios é a falta de educação no trânsito. No total, o grupo tem cerca de 150 patinadores e muitos deles participam dos passeios noturnos.

"Hoje vemos muitos motoristas mal-educados, que colocam a vida de todos em risco por não respeitarem as leis de trânsito. Um exemplo claro disso está nas ultrapassagens dos condutores que não respeitam a distância lateral de 1,5 metro, 'finas' que os veículos tiram de propósito dos patinadores, carros estacionados em ciclovias, outros até mesmo usam ela como mais uma faixa adicional", enumera. 

Incentivo

Uma das formas de incentivo veio através da realização dos chamados "desafios", torneios que reúnem atletas para percorrer grandes distâncias, começando no ano de 2021. No ano seguinte o grupo resolveu criar a temporada de desafios de resistência, com um total de 5 etapas: Ananindeua-Mosqueiro (60km), Inhangapi (78km), Terra Alta (95km), Igarapé Açu (118km), Capanema (155km) e Salinas (215km), que teve a participação de 16 inscritos.

Para tornar possível o evento, os organizadores levantaram recursos por meio de rifas, eventos e promoções, que custearam todo o apoio necessário, oferecendo uma kombi e dois carros menores de apoio, transporte de mantimentos e deslocamento de atletas em caso de desistência. O grupo também conseguiu apoio financeiro suficiente para que todos os gastos fossem cobertos.

imagePatinadores e condutores convivem no trânsito de Ananindeua. (Cláudio Pinheiro/O Liberal)

Apesar do sucesso da empreitada, o principal objetivo do grupo ainda é chamar a atenção do poder público, por um olhar mais atento ao esporte.

"Salinas foi uma ótima oportunidade. O que fizemos foi algo gigantesco, o maior desafio da patinação de resistência do norte e nordeste e o maior desafio do Brasil por equipes. Mas tudo isso veio através do autofinanciamento. Agora queremos continuar desenvolvendo o projeto das aulas gratuitas para atrair cada vez mais adeptos ao esporte desenvolvendo o esporte local para revelar talentos", conclui.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Ananindeua para saber se existem projetos específicos voltados para a prática de esportes de velocidade, mas até o fechamento desta edição não tivemos retorno. 

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