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Saiba o que é o ‘trabalho de base’, foco da nova ministra dos esportes, Ana Moser

Ex-jogadora de vôlei e medalhista olímpica quer "inverter a pirâmide" do investimento no esporte no país.

Caio Maia
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Empossada no dia 4 de janeiro, Ana Moser prometeu mudanças estruturais significativas no Ministério dos Esportes. A ex-jogadora de vôlei e medalhista de bronze nas Olimpíadas de Atlanta em 1996, que assume pela primeira vez um cargo político, disse que pretende "inverter a pirâmide" do investimento no esporte no país. Segundo ela, o grande objetivo da nova gestão é criar uma cultura do esporte desde cedo, promovendo um trabalho "de base".

Durante a posse, a ministra disse que vai “buscar estratégias, recursos e parcerias pra implantar acesso ao esporte e atividade física em todo o país para a maior parte da população que possamos atingir". Apesar de ambicioso, ela disse que os projetos serão realizados aos poucos, nos próximos quatro anos.

"É preciso inverter a lógica que sempre colocou como prioridade o esporte de rendimento, o topo da pirâmide. A estrutura tem que ser garantir o esporte a todos, o que está previsto na Constituição”, disse Moser na posse.

No entanto, o que seria um "trabalho de base" na gestão esportiva? O Núcleo de Esportes de O Liberal conversou com o secretário adjunto da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), Victor Borges, que disse que essas ações já são feitas no Pará, mas com pouco incentivo. Ele espera que, com a gestão da ex-jogadora, o Governo Federal possa aumentar os repasses aos estados e ajudar no incentivo de jovens atletas.

"Quando ela fala de trabalho de base é incentivar as ações em projetos que envolvam a população de modo geral, dentro das comunidades. Dessa forma, ela quer que o Brasil possa, no futuro, gerar grandes campeões em todas as modalidades. Acredito que logo logo teremos a oportunidade de reunir com a ministra para alinhar os próximos passos. Temos um trabalho de base no Governo do Estado, mas é importante alinhar isso com o Governo Federal e com o conselho de secretários de esporte do Brasil", disse Victor.

Projetos existem no Pará, mas são poucos

image As Usinas da Paz são exemplos de trabalho de base nas comunidades (Pedro Guerreiro / Agência Pará / Arquivo)

Atualmente, poucos projetos no Pará fazem o "trabalho de base" com a ajuda governamental. Entre eles estão o Talento Esportivo e as Usinas da Paz, todas do Governo do Pará. Segundo Victor, o objetivo da Seel para os próximos anos é diversificar essas atividades, para atender ainda mais crianças e adolescentes.

"Não temos só que dar a bola pras pessoas jogarem, mas temos que ensinar fundamentos do esporte. Precisamos mostrar pro cidadão que ele pode ser um atleta completo um dia. Passa por nos ajudar nessa formação, sobretudo nos primeiros passos", explica Victor. Ele defende a participação do esporte como instrumento de formação de cidadãos.

Prática de esporte está relacionada com permanência na escola

image Ausência de prática esportiva está atrelada à evasão escolar (Ary Souza / Arquivo O Liberal)

De acordo com dados do Censo Escolar da Educação Básica 2020, nas mais de 130 mil escolas de ensino fundamental I ao médio analisadas, 47% não possui nenhuma instalação para a prática desportiva. Quando são consideradas apenas as quadras esportivas, esse número cai para apenas 45,1% das escolas.

Nesse mesmo período, o índice de evasão escolar aumentou. Desde 2020, o número de crianças e adolescentes fora da escola aumentou 171%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, 244 mil meninos e meninas de 6 a 14 anos não estavam matriculados no segundo trimestre de 2021, cerca de 154 mil a mais que em 2019.

Esporte ajuda na saúde física e mental de crianças na pandemia

image Prática do Esporte ajuda na saúde mental de crianças e adolescentes (Cristino Martins/ O Liberal)

O aumento da evasão escolar e os baixos índices de prática esportiva nos locais de educação, explicados pelo IBGE e Censo Escolar de Educação Básica respectivamente, estão também atrelados ao início da pandemia de Covid-19. De acordo com Victor Borges, este período serviu para mostrar ao poder público a importância do esporte não só para a formação social, mas também para a saúde mental de crianças e adolescentes.

"A prática do esporte faz com que as pessoas tenham uma vida mais saudável e, sobretudo dessa forma, o eixo saúde do trabalho transversal entra. É excelente que a ministra tenha esse pensamento, porque isso vai dar um caminho para os projetos esportivos nos próximos anos", finalizou.

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