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No Dia do Orgulho LGBTQIA+, confira a entrevista com a paraense Naiane Rios, jogadora de vôlei

Mundo celebra a data nesta terça-feira (27); Naiane faz reflexões sobre o tema dentro do contexto do esporte

Andre Gomes
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Todo o mundo comemora nesta terça-feira (28) o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. Importante data a reflexão da igualdade de direitos, o tema também tem muito a ver com o esporte, que desempenha um importante papel na formação do ser humano e da vida em sociedade.

Apesar disso, é um fato que ainda há várias barreiras que atletas possam se assumir e expressar sua sexualidade, muitas vezes por medo de represálias. Pensando nisso, a equipe de O Liberal conversou sobre temas relacionados a esta importante data com a paraense Naiane Rios, jogadora de vôlei. 

Nascida em Belém, Naiane, de 27 anos, é levantadora e vestiu as camisas de clubes como Paysandu, Remo, Tuna e Sesc. A atleta, que está retornando ao Pinheiros-SP, foi campeã neste ano do campeonato polonês. Confira a entrevista:

O Liberal: Qual o significado desta data para você?

Naiane Rios: "Essa data vem pra lembrar do caminho percorrido, por todos direitos alcançados e para exaltar todo mundo que caminhou antes de nós para que nossas liberdades fossem alcançadas. É importante lembrar o peso da luta que todos nós carregamos em busca de uma sociedade mais igualitária". 

OL: Como você acredita que os atletas podem militar dentro da causa?

Naiane Rios: "Viver é um ato político por si só. O fato de assumir quem se é, pra si é revolucionário. Mas pensando dentro do nosso alcance, acho importante levarmos nossa voz para onde pudermos alcançar. Expandindo nosso alcance para além do esporte, porque antes de atletas, somos cidadãos. Quem se sente à vontade para discutir e compartilhar da sua vivência, acredito que faz muita diferença como um todo. Ao mesmo tempo que serve de inspiração para quem vê, também nos humaniza". 

OL: No futebol ainda é difícil para o(a) jogador(a) se assumir, especialmente no masculino. Como é no vôlei?

Naiane Rios: "Acredito que no feminino é mais 'validado', mas não pelo fato da aceitação ou respeito, e sim por conta de toda sexualização que o corpo feminino ainda sofre. Em teoria, é muito mais fácil aceitar que duas mulheres se relacionem porque faz parte dessa visão machista, do que dois homens indo de contra a toda essa estrutura patriarcal e heteronormativa. Mas o nosso ambiente de trabalho é uma extensão da sociedade como um todo, então nesse caso não tem como desassociar o ambiente que a gente ocupa como 'menos preconceituoso'. Talvez seja apenas mais velado". 

OL: Como você enxerga a inclusão das pessoas trans no vôlei? Acredita que o esporte está cada vez mais inclusivo? O que é ainda preciso melhorar?

Naiane Rios: "Eu acho que incluir pessoas trans no esporte traz uma discussão extremamente necessária pra nós enquanto indivíduos. É importante saber que essas pessoas existem e entender por que não estão ocupando os mesmos espaços que pessoas cisgênero. Não só sobre número, desempenho ou esporte, quando pessoas trans abrem precedentes dentro de um espaço, evoluímos como sociedade. Acho que caminhamos em passos pequenos quando o assunto é transexualidade, infelizmente, mas é inegável que alguma mudança já pode ser notada. O que deveria mudar é justamente o 'fora do esporte'. Trazer discussões pra dentro da educação pra que possamos enxergar as diferenças como algo positivo e existente. E é nosso dever como humanidade fazer com que haja respeito e oportunidade pra quem quer que seja.

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