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Inspirada no pai e no tio, jovem paraense do breaking se torna aposta para as Olimpíadas; vídeo

Livia Gadelha conquistou a primeira medalha feminina para o estado na modalidade durante o mundial escolar, na França

Aila Beatriz Inete

Passos complexos, rápidos e cheios de estilos compõem o dia a dia da paraense Livia Gadelha. A atleta conquistou a medalha de prata no Breaking, na Gymnasiade, no Mundial Escolar. Atualmente, a jovem é um dos principais nomes do estado na modalidade, que está no sangue da família.

Lívia começou a se apaixonar pelo breaking vendo o pai, Luís Gadelha, e o tio, Paulo Gadelha, praticando a modalidade. Quando tinha apenas quatros ela já começou a dar os seus primeiros passos no esporte.

“A minha inspiração foi o meu pai, conhecido como ‘b-boy Maluquinho’ e meu tio, Paulo Gadelha, o ‘b-boy Fera’. Os dois estão na ativa até hoje e foram alguns dos precursores do breaking aqui. Eles são os meus professores e, não só antigamente, mas hoje seguem sendo minhas inspirações principais nessa modalidade”, relatou Livia.

Veja alguns passos de breaking

Lívia Gadelha breaking

A paraense disputou o Mundial em Normandia, na França. Na final, Livia disputou a medalha com um atleta do país sede. Segundo ela, a experiência de ter contato com outras culturas e visões sobre o breaking foi muito importante para dar confiança para seguir o seu sonho. 

“O campeonato Mundial Escolar foi uma experiência muito grande porque eu sou uma menina paraense que tive a oportunidade de sair da minha cidade para ir para um lugar totalmente diferente. Eu tive uma visão muito grande do breaking, conheci pessoas novas e vi que eu tenho um potencial muito grande para estar ali. Se eu estava ali é porque eu sou capaz de coisas muito maiores”, expressou a atleta.  

Hoje, Lívia desfruta de um cenário totalmente diferente do que o pai e o tio enfrentaram nas décadas passadas. Segundo Luis Gadelha, eles não tinham incentivo e sofriam muito preconceito por dançarem breaking.   

“Mudou muita coisa de lá para cá. Antigamente o hip-hop era muito discriminado aqui no Pará e nós passamos por muitas barreiras. Na família, não tive o apoio que a gente está tendo hoje, então passamos muita dificuldade naquela época. E a mudança que ocorreu foi incrível, a modalidade é olímpica e hoje a sociedade vê de outro modo”, contou Luís. 

image A paraense Livia Gadelha conquistou a medalha de prata de Breaking na Gymnasiade, o Mundial Escolar. Atualmente é um dos principais nomes do estado na modalidade (Sidney Oliveira/O Liberal)

O breaking foi criado por volta de 1970, no Bronx, em Nova York. A dança de rua, parte da cultura hip-hop, nasceu nas comunidades afro-americanas e latinas como meio de manifestação artística, resistência cultural, política e social. Depois de décadas encoberta pelo preconceito, o estilo é considerado um esporte e vai estrear nas Olimpíadas de Paris 2024. 

“A partir daqui um dos meus objetivos principais é participar das Olimpíadas de 2024, eu estou tendo uma preparação muito forte para isso e estão me apoiando muito para eu estar preparada para os Jogos de Paris”. declarou Livia. 

Breaking está no sangue da família 

Luís e Paulo fazem parte de uma das primeiras gerações do breaking no Pará. Ambos fizeram parte do grupo de hip-hop Electro Boys na década de 1980. Os irmãos não tinham o apoio da família para seguir no estilo, mas, mesmo assim, eles rodaram o país e o mundo dançando e levando um pouco da cultura hip-hip. 

image Lívia ao lado de Paulo Gadelha (vermelho), Luís Gadelha (verde) e Marcos Albuquerque. O breaking está no sangue da família (Sidney Oliveira/O Liberal)

Com essa influência dentro de casa, Lívia e os irmãos são dançarinos de breaking e, diferentemente da época do pai, a jovem atleta conta com todo o apoio da família. 

Tanto o pai quanto o tio de Lívia são treinadores da jovem. Assim, para eles, que são os principais incentivadores, ver o que a paraense está construindo no breaking dá muito orgulho.

“Foi muito importante, não só para a nossa família como também para toda a juventude do estado do Pará. Agora que a modalidade breaking vai ser olímpica, vai ter mais respeito, estamos buscando cada vez mais patrocínio. Vai ter, se Deus quiser, lugar para a galera poder treinar, lugares mais adequados. E ela é a única brasileira a ganhar uma medalha de prata na modalidade breaking da cultura hip-hop”, ressalta o tio, orgulhoso.

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