Em Belém, jovens deixam o futebol de lado e ocupam as quadras com o basquete

Grupos de jovens se reúnem com cada vez mais frequência em quadras públicas que antes serviam quase exclusivamente para o futebol, mas que agora recebem grupos de basquete

O Liberal

Na Praça do Marex, em Belém, o fim de tarde virou ritual para Marcelo Vítor, de 25 anos. Com a bola nas mãos, ele encontra os amigos e ocupa uma das quadras abertas do espaço. Quando não chove, os jogos seguem até o anoitecer. O grupo reúne cerca de 30 jovens — nem todos estão presentes sempre, mas o fluxo é constante. Há dez anos, uma cena como essa seria improvável: jovens reunidos, não para jogar futebol, mas sim basquete.

Marcelo começou a praticar o esporte aos 16 anos, influenciado por um professor da escola. “Quando eu era mais novo, jogava só futebol. Mas na minha escola tinha um professor de matemática que jogava basquete, e toda vez que ele ia jogar não tinha ninguém. Comecei a jogar com ele e fui pegando gosto”, conta.

A trajetória de Marcelo reflete uma tendência entre muitos jovens brasileiros que, na última década, passaram a se interessar mais pelo basquete. Um levantamento da empresa Semrush mostra que a NBA é a competição estrangeira mais popular no Brasil, com mais de 20,8 milhões de buscas entre setembro de 2024 e janeiro de 2025. O país já ultrapassa os 50 milhões de fãs da liga norte-americana, sendo considerado um dos principais mercados fora dos Estados Unidos.

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Cultura do basquete conquista os jovens

Marcelo conta que, desde que começou, mergulhou no universo do basquete. “Assim que comecei a jogar, gostei logo de cara. Busquei entrar em um clube pra aprender melhor. Foi paixão à primeira vista. Procurava camisa, games, tênis... jogava até com All Star. Aderi mesmo a todo o estilo do esporte”, diz.

image Jovens praticando basquete no final de tarde, na Praça do Marex  (Cláudio Pinheiro/O Liberal)

Esse envolvimento vai além das quadras. A cultura do basquete envolve moda, jogos eletrônicos, consumo de conteúdo esportivo e identidade. Em Belém, esse fenômeno se reflete na ocupação das quadras públicas, antes dominadas pelo futebol.

“Quando cheguei novato na praça, era só a velha guarda que jogava, não tinha muito interesse dos mais novos. Isso mudou completamente”, relembra Marcelo.

NBA investe na base brasileira

A popularização do basquete também se manifesta no mercado. “O esporte vem se popularizando, percebemos isso no surgimento de lojas. Hoje tem muitos itens de basquete nas prateleiras, há mais comercialização”, destaca Marcelo.

Segundo os dados da Semrush, a NBA só fica atrás do Brasileirão e da Libertadores em número de buscas no Brasil. A liga aposta nessa base jovem — metade dos fãs brasileiros tem menos de 39 anos — e promove programas como o Junior NBA, para fortalecer o vínculo com novas gerações.

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Movimento coletivo nas praças

Na Praça do Marex, Marcelo observa como o cenário mudou. “Hoje está muito mais acessível, tem muito mais gente praticando e gostando do esporte. Tem gente que nem joga, mas acompanha. Antigamente, era só um grupo fixo, hoje chega gente de todos os lugares para jogar com a gente”, afirma.

Além de praticar, Marcelo é torcedor do Milwaukee Bucks. “Acompanho os jogos sempre que posso”, conta. Assim como ele, milhares de jovens brasileiros seguem de perto os principais times e astros da NBA, mostrando que o basquete, definitivamente, entrou no jogo.

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