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Campeã de vôlei na Polônia, paraense lembra de início no esporte: ‘Orgulho da minha história'

Naiane Rios também falou sobre retorno ao Brasil e à Seleção Brasileira no futuro

Aila Beatriz Inete
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A paraense Naiane Rios tornou-se campeã polonesa no início do mês de maio. Junto com o Chemik Police, a levantadora terminou a temporada 2021/2022 campeã da Tauron Liga, o campeonato polonês de voleibol, que é uma das ligas mais fortes da Europa. O time derrotou o Developres Rzeswów na série melhor de três. A jogadora iniciou no esporte ainda muito pequena, por volta dos seis anos, passou por vários clubes daqui do Pará até ter a oportunidade de jogar fora e na equipe de base da Seleção Brasileira.

Com a camisa do Brasil, a paraense conquistou as medalhas de ouro no Campeonato Sul-Americano Infanto-Juvenil de 2010 e no Campeonato Sul-Americano Juvenil em 2012, além da prata na Copa Pan-Americana Sub-23. Naiane também jogou em clubes brasileiros como o Macaé, Pinheiros-SP, Minas Tênis Clube-MG, Barueri e Sesi-SP. 

image Atleta paraense é campeã da liga nacional de vôlei da Polônia
Com o Chemik Police, Naiane Rios fechou a temporada com o título polonês

Após a experiência na Europa, a paraense volta para o Brasil para jogar pelo antigo clube, o Pinheiros, onde deve disputar a Superliga de vôlei. Em conversa com a equipe de Esporte de OLiberal.com, Naiane relembrou sua carreira no voleibol, falou sobre a experiência na Polônia e também comentou sobre as expectativas para retornar à Seleção no futuro. Confira:

O Liberal: Como você começou no vôlei aqui no estado?

Naiane Rios: Minha história começa por volta dos seis ou sete anos de idade por influência do meu pai que é um grande amante do esporte, principalmente do vôlei. Meu primeiro clube no Pará foi o Sesc, em seguida eu fui para a Tuna Luso, Remo, Paysandu e joguei também na Assembleia Paraense. Então, passei por quase todos os clubes de Belém. Por volta dos 15 anos de idade, acho que foi o último ano em que eu joguei no Estado. 

OL: Quando conseguiste destaque e chegar a um time da Superliga e na Seleção Brasileira?

NR: A minha primeira oportunidade de jogar fora e também pela Seleção Brasileira foi através de um campeonato escolar, que eu joguei quando tinha 14 ou 15 anos. Estava tendo uma peneira para a Seleção Brasileira, onde o técnico Antônio Rizola estava viajando para conseguir convocar algumas meninas e a minha primeira chance foi direto para a Seleção. Em seguida eu fui para São Paulo para jogar no Pinheiros e foi aí que a minha história no voleibol profissional começou. 

image Naiane em quadra com o Chemik (Divulgação)

OL: Na Polônia fizeste a tua primeira temporada fora do Brasil. Como foi essa experiência para ti? Imaginavas que logo na primeira temporada conseguiria um título tão expressivo?

NR: Quando eu saí do Brasil e fui para o Chemik, já sabia da competência do time e da história deles, então, acredito que a nível profissional, questão do voleibol em si, da técnica, tática, eu já sabia que a gente podia chegar nas finais e até mesmo ganhar competições. Mas como experiência pessoal, foi a melhor surpresa e conhecimento que eu podia ter tido e eu estou muito feliz por a gente ter conseguido esse título. Foi o meu primeiro campeonato em clube que eu consegui a medalha de ouro, então, eu não podia estar mais feliz

OL: Qual foi a principal diferença que sentiste entre o estilo do Brasil e da Polônia?

NR: Acho que a nível técnico e tático, o voleibol da Polônia e do Brasil são bem-parecidos. Acho que a diferença do jogo entre os dois países ainda é a velocidade. Na Polônia a gente já consegue jogar muito mais rápido do que aqui, essa foi a principal diferença que eu senti como levantadora.

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OL: Agora estás voltando para o Brasil. Vais jogar pelo Pinheiros novamente. Como estás se sentindo para fazer esse retorno ao Brasil e quais são as tuas expectativas? 

NR: É um time que eu lembro com muita satisfação, carinho, porque foi o primeiro clube que me acolheu, eu joguei na categoria de base de lá. Então, tenho muitas boas lembranças dessa época. Poder voltar agora significa muito para mim. As expectativas transcendem qualquer explicação, mas por enquanto a gente ainda precisa alinhar algumas coisas com a equipe, porém eu acho que vai ser uma temporada muito gratificante para todos nós. A nível profissional e pessoal eu estou bem feliz e esperançosa para esse ano, tenho certeza que a gente vai conseguir conquistar todos os nossos objetivos.

OL: Queria saber se você pensa em tentar uma vaga na Seleção Brasileira novamente. Como você tem avaliado isso? 

NR: Eu ainda tenho as minhas pretensões, os meus objetivos, mas, ao mesmo tempo, tenho os pés no chão. Então, eu sei que tudo isso é consequência do trabalho e sei do momento em que eu me encontro. Acho que tempo ao tempo. Continuar trabalhando e ver o que acontece no futuro, mas sim, eu tenho vontade de voltar [para a Seleção] e quem sabe isso aconteça adiante.

OL: Pela sua experiência, como você avalia o vôlei paraense?

NR: Existem muitos profissionais em Belém que amam o que fazem e é por conta deles que os sonhos ainda se mantêm vivos. Eu lembro com muito carinho da época em que jogava no Estado e o quão difícil era a gente conseguir patrocínio, investimentos, até mesmo nas coisas mais básicas que eram os equipamentos de treinos e do esforço que os nossos pais faziam para conseguirmos viajar e treinar. Então, acredito que essa ainda seja a principal dificuldade que se encontra aqui. Mas eu acredito que por conta dessas pessoas que se envolvem e que estão ali 100% para fazer as coisas funcionarem, ainda existe esperança e apoio para que os atletas continuem vivendo os seus sonhos e se mantenham de pé para quererem se tornar profissionais. E eu super acredito que isso seja possível. Eu saí daqui, eu tenho orgulho da minha história, da onde eu vim, eu acredito que se eu consegui, todo mundo consegue, óbvio que o caminho é difícil de percorrer, mas ainda assim é possível.

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