Autoconfiança e controle: cresce o número de mulheres que praticam jiu-jitsu Modalidade é uma das mais praticadas do mundo, exige muita técnica e é uma aliada na defesa pessoal Aila Beatriz Inete 12.11.22 8h00 Historicamente, os esportes, especialmente os de combate, são praticados majoritariamente por homens. No entanto, as mulheres sempre estiveram presente no universo das artes marciais e, nos últimos anos, o número de praticantes aumentou em modalidades como o jiu-jitsu. Segundo dados da Federação Internacional de Jiu-jitsu (IBJJF, sigla em inglês), em 2021, 447 mulheres participaram do evento, contra 390 em 2018, apresentando um crescimento anual médio de 18%, de acordo com análise do Flograppling. Esse crescimento não é só nas competições, também é visto nas academias. Hoje, segundo o professor de jiu-jitsu Michel Menezes, as suas turmas têm um número maior de mulheres. “No jiu-jitsu a gente já vê um crescimento de praticantes da categoria feminina há algum tempo, aqui no Pará tem sido a cada ano. As meninas estão perdendo um pouco o preconceito por o jiu-jitsu ter muito contato. Só que, hoje, a gente percebe que as meninas estão procurando as academias e têm horários que elas são maioria. E isso é muito bom para o esporte porque demonstra que o jiu-jitsu está cada vez mais sem barreiras”, avaliou Michel. Michel tem visto aumentar o número de mulheres praticando o jiu jitsu (Thiago Gomes/O Liberal) O professor ainda ressaltou que não existe nenhum tipo de diferença na metodologia para treinar mulheres. Todas as turmas são mistas, com homens e mulheres. Para ele, um dos fatores que pode explicar o crescimento da modalidade entre o público feminino é a possibilidade de condução da luta sem usar tanta força. A estudante de enfermagem Iasmin Leal, de 20 anos, entrou no mundo das artes marciais com o muaythai, mas acabou se apaixonando mesmo pelo jiu-jitsu e já está o praticando há sete meses. VEJA MAIS Com foco na defesa pessoal, mulheres começam a treinar artes marciais Sentindo-se inseguras, muitas têm aderido aos esportes de combate para se defender, mas acabam transformando a modalidade em um estilo de vida Após intercâmbio na Inglaterra, paraense volta com seis medalhas de torneios de Jiu-Jitsu em Londres Diego “Frajola” Eugênio disputou dois torneios na Europa e passou mais de quatro meses dando aulas em uma academia em Londres Jovens atletas fazem vaquinha online para participarem de competição internacional de jiu-jitsu na Irlanda Andressa Santiago, de 12 anos, e Júlio César, de sete, se classificaram para participar do European Kids de Jiu-jitsu, em Dublin Iasmin explicou que a principal motivação para começar em uma arte marcial foi a defesa pessoal. Com isso, ela percebeu que o jiu-jitsu se encaixava mais no seu objetivo. “O mundo está muito violento, então, a gente, sendo mulher, tem esse medo de sair na rua, de sofrer alguma coisa. Eu percebi que o muaythai trazia muito mais condicionamento do que uma defesa, então eu mudei justamente por causa disso, porque o jiu-jitsu é mais uma defesa pessoal”, explicou a estudante. Jiu Jitsu para mulheres Iasmim Leal (Thiago Gomes/O Liberal) (Thiago Gomes/O Liberal) (Thiago Gomes/O Liberal) (Thiago Gomes/O Liberal) Apesar do seu foco inicial ser na autodefesa e em aprender a controlar situações de risco, Iasmin pensa em começar a competir em breve. Ela já faz treinamentos voltados para a preparação de torneios e está animada com a possibilidade. Autoconfiança e controle Além dos benefícios físicos, o esporte proporciona vários outros ganhos para vida de um atleta, como confiança, respeito e empatia. A advogada Nilce Medeiros começou no jiu-jitsu há quatro anos. Uma das coisas que mais gosta na modalidade é o que ela transmite. “O jiu-jitsu traz uma transformação interna. Como aqui [na academia] a gente recebe atletas de vários pesos e alturas, por exemplo, a gente aprende a desenvolver algumas técnicas com pessoas mais pesadas e isso é muito importante. E a gente vai aprendendo a ter controle, como da respiração, tem certas posições de agonia, que nos amassam e a gente aprende a pensar melhor, e tem esse autocontrole. E com isso, acabamos tendo autoconfiança”, explicou a advogada. A advogada Nilce Rodrigues busca segurança pessoal e revelou ter percebido até maior autoconfiança fora dos tatames (Thiago Gomes/O Liberal) Nilce contou que sempre gostou de MMA e era muito fã da atleta multicampeã da modalidade Kyra Gracie e, por isso, decidiu entrar no universo da Arte Suave. O foco dela não é nas competições e sim na evolução pessoal e segurança. “É normal sentir medo, mesmo no treino que a gente não disputa nada, dá aquela ansiedade, a gente pensa: será que eu vou ser finalizada? E aqui, aprendemos realmente [a lidar com isso], porque é um estilo de vida, transforma”, ressaltou Nilce. Para Iasmin, uma das maiores qualidades e característica do jiu-jitsu é a possibilidade de controle. Quando a Arte Suave foi criada pelo paraense Hélio Gracie a ideia era justamente que para que os “mais fracos enfrentassem os mais pesados e fortes”. “Você estando no tatame, você tem o controle. O jiu-jitsu significa Arte Suave, é a Arte Suave da submissão. Então, coloca o outro em situação de submissão, você tem o controle. Já aconteceu alguns casos de assédios que a pessoa sabia o jiu-jitsu e consegui conter, não é com o intuito de machucar ou agredir, mas sim de conter”, concluiu a estudante. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave esportes mais esportes jornal amazônia jiu-jitsu mma COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Mais Esportes . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! 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