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Parazão: torcedor do Paysandu que viajou de carona lamenta paralisação: 'Quebrou minhas pernas'

Moisés Leão saiu de Lençóis-BA no dia 7 de janeiro e chegou em Belém dia 13, com a expectativa de ficar na capital até a estreia no Parazão. Arqueólogo tem se mantido com a ajuda de torcedores e do próprio clube

Luiz Guilherme Ramos
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A história do arqueólogo baiano Moisés Leão com o Paysandu mal começou e já enfrentou a primeira "crise" na relação. Não propriamente por culpa de uma das partes, mas sim pela distância oficial que os separa. O torcedor apaixonado pelo Paysandu viajou de carona por seis dias até desembarcar em Belém para assistir a estreia do clube no Parazão, marcada inicialmente para o último dia 22. Entretanto, com a suspensão do campeonato, o sonho precisou ser adiado por tempo indeterminado. 

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A chegada do torcedor causou grande alvoroço nas redes sociais, dada a distância que os separa e a paixão nutrida por Moisés, sentimento este que o fez sair da Bahia para realizar o grande sonho, mas uma decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), na última sexta-feira (20), determinou a paralisação do torneio a pedido do Paragominas, que, rebaixado no Parazão do ano passado, pleiteia o retorno à elite do estadual alegando irregularidades no registro dos jogadores Hatos e Guga, que na edição passada estavam jogando no Bragantino e Águia de Marabá, respectivamente. 

A medida acabou azedando os planos e obrigando o bicolor a refazer todo o seu roteiro de viagem. "Isso quebrou as minhas pernas de uma forma que eu não imaginava. A sorte é que estou tendo apoio da torcida. A grana está curta, mas pelo menos a hospedagem e almoço estão garantidos aqui onde me receberam", conta. Até o momento, Moisés precisou se contentar com um amistoso entre o Paysandu e o São Francisco, no último domingo, na Curuzu, vencido pelos donos da casa por 1 a 0.

Aliás, Moisés foi recebido com festa na própria Curuzu, onde foi homenageado pelo clube e ganhou diversos presentes, além de ter tido contato direto com o elenco e comissão técnica. Entretanto, para realizar o sonho, o torcedor precisou fazer diversos ajustes financeiros e ainda corre o risco de não ver o time do coração em campo, até que a corte desportiva resolva a situação do campeonato, tudo indica que ainda nesta semana. 

"Vou esperar o julgamento de quinta-feira. Não tendo definição vou acabar indo. Não tenho jeito de ficar todo esse tempo aqui, mas se tiver definição de jogo para o final de semana, eu já falei com a galera e para eles está tranquilo ficar até o final de semana", garante. Moisés está alojado na sede da torcida organizada Bicolobos e ocupa um kitnet cedido pelo presidente. "O presidente Fábio 'Fope' deixou eu ficar no espaço da torcida. Quase todos os dias eles oferecem um café, um almoço, um lanche. Ele entendeu a situação do adiamento", explica. 

Sem condições de permanecer em um hotel, Moisés recebeu várias propostas de alojamento e ofertas de refeições, entre outras coisas, que o têm ajudado na espera. "Todo dia algum torcedor me chama para tomar uma cerveja, pra tomar um café da manhã, aí vai criando essa rede que me ajuda a permanecer todo esse tempo aqui. Eu vim programado para passar uma semana apertado e já vou fazer duas", relata. 

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Moisés conta que os poucos recursos disponíveis servem para fazer alguns programas pessoais, dado o tempo livre que dispõe na capital paraense, mas tudo com bastante equilíbrio. "Mesmo tendo a questão da refeição, eu também tenho os meus gastos, quero conhecer algum lugar e fica um pouco difícil por conta dessa indefinição. Aí vou me programar até quinta-feira para esse julgamento. Eu consigo ficar até sábado ou domingo", diz ele, mostrando-se extremamente grato ao clube que o acolheu como um filho. 

"Mas desamparado eu não fiquei. O clube também me ajudou, pagou a diária de hotel um dia. Eles sempre me perguntam sobre hospedagem e eu digo que está tranquilo. Tem torcedor que me oferece pix, mas eu sempre dou uma resposta padrão. Eu falo que é uma coisa para minha diversão e não por necessidade, então eu recuso. Eu não me sentiria bem sabendo que tem pessoas que precisam mais", revela. 

Com o tempo livre, Moisés tem passado o tempo como pode. Já na condição de ilustre torcedor, o bicolor tem vivido momentos de fama entre a torcida e leva tudo na esportiva, com o legítimo bom humor baiano. "Todas organizadas me ofereceram hospedagem e outras ajudas, para não ficarem com ciúmes. O meu critério de ficar na Bicolobos foi que foram a primeira organizada a falar comigo, mas falei com as outras organizadas que faria questão de conhecer as demais sedes". 

Caso não assista o jogo do time do coração, ao menos Moisés irá retornar, também de carona, com inúmeras lembranças de uma viagem histórica, que ignora a razão e prova que "quem tem limite é município". "Algumas organizadas vieram até mim para presentear o material deles, a Barcarena Veste Lobo me ajudou com hospedagem quando estive em Barcarena durante a pré-temporada. Também tiveram vários torcedores que me chamaram para sair/conhecer o estabelecimento deles. Já fui presenteado com corte de cabelo, café da manhã, almoço etc", completa. 

 
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