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Inspirado no pai e ídolo do Remo nos anos 90, atacante do Santa Rosa se destaca na Segundinha; veja

Rogerinho é filho de Rogério Belém, meia que fez sucesso anos 90 e 2000 e hoje trabalha para 'lapidar' novos talentos, entre eles o próprio filho

Luiz Guilherme Ramos

Na última quarta-feira, o Santa Rosa venceu o Izabelense por 2 a 0, pelo Campeonato Paraense da segunda divisão. Um dos gols da vitória foi marcado pelo atacante Rogerinho, um jovem de 24 anos que traz na bagagem, além do talento, o DNA de um dos grandes ídolos do futebol paraense, especialmente no Remo, na década de 90: o meia Rogério Belém

Rogério Santos Albuquerque começou a carreira no Pinheirense, depois passou pelo Paragominas, Joinville, Botafogo-SP e há três temporadas veste a camisa do Santa Rosa, onde, curiosamente, era treinado pelo pai, que, por ironia do destino, entregou o cargo após a vitória por conta de divergências com a direção do clube. 

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"Nós trabalhamos juntos, mas sabemos dividir. Tem horas que ele chega falando e eu fico calado, sabendo escutar. Nunca teve essa de atrapalhar. Eu sempre me esforcei, dei o máximo, pois, queira ou não, sempre tem aquele olhar de desconfiança por eu ser filho. Será que jogo por isso? Então tenho que dar o meu melhor", define o atacante, que sequer era nascido quando o pai era celebrado como um grande craque do clube do Remo. 

"Eu vi o meu pai poucas vezes. Eu tenho mais vídeos. Só que eu lembro bastante de sair com ele, ir ao shopping e todo mundo parando para cumprimentar, bater foto, conversar. Eu tenho essa lembrança muito marcante. Hoje em dia eu ando nos lugares e quando falo nele, todo mundo enaltece. Eu trago isso para mim. Tento ser uma melhor pessoa também fora de campo, amigo de todos no grupo".

Mesmo sem ter visto o pai em campo, Rogerinho conheceu a fama que ultrapassou o tempo. Hoje, a experiência do pai serve, principalmente, no direcionamento da carreira, que tradicionalmente, difere das demais atividades profissionais por sua inconstância e 'tempo curto'. Em média, um jogador atua profissionalmente por cerca de 20 anos e nem sempre é fácil sobreviver num universo movido a paixão e pressão, lição bem aprendida com o pai. 

"Desde o início ele sempre me orientou. Disse que é uma carreira difícil, muitas vezes solitária, com viagens e sem contato com a família. No entanto, ele disse que se é isso que eu quero, vai me apoiar até o fim. Ter a experiência dele ao meu lado nos treinos é maravilhoso. Experiência na Europa, grandes clubes em Belém. Só tem a agregar", ressalta. 

Estilos diferentes

Embora tenha o mesmo sangue, em campo os dois atuam em posições diferentes. Enquanto o filho é centroavante, com estilo de jogo rápido e finalizador, o pai brilhou como meia-atacante, numa época onde grandes craques brotavam com frequência nesta posição. 

"Nosso jogo é diferente, pois ele é mais aquele meia de ligação, de toque. E eu sou mais finalizador, de jogadas aéreas. Ele sempre me aconselhou a forçar nisso. Eu procuro levar isso comigo, essa característica. Ele me passa e eu procuro transferir para a hora do jogo, tanto que hoje consegui sair com um gol marcado".

Enquanto esteve perto do pai, Rogerinho conta que aprendeu muito e hoje se considera um atleta maduro, com um longo caminho pela frente. Mesmo sem ter visto o ídolo nos braços da torcida, após atuações memoráveis nas duas vezes em que passou pelo Clube do Remo (1993 e 1996), ele mostra gratidão pelo companheirismo e aposta num futuro de sucesso, quem sabe com episódios grandiosos, da mesma envergadura que o pai e ídolo.

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