Verão: Lojistas abrem vagas de emprego com otimismo do mercado no Pará
Férias e alta na intenção de compras das famílias animam o centro comercial de Belém
O Índice de Expectativa dos Empresários do Comércio em julho de 2022 está 5% mais elevado do que em junho e 14,5% maior do que o mesmo mês do ano passado. Outros números positivos também foram levantados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Pará, como o índice de investimento do empresário no estado, que cresceu 3,4%, e o índice de contratação de funcionários para o mês de julho, que aumentou 5,2 %.
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Além disso, o Índice de Intenção de Consumo das Famílias apresentou aumento de 7,4% na intenção de compras no território paraense em relação a junho. Na comparação com julho de 2021, o aumento foi de 16,66%.
O lojista Wellington Aguiar já sente os ventos da retomada econômica pós-pandemia no estabelecimento dele, que fica no centro comercial de Belém. Especializado em modas praia, íntima e de academia, o local estava com uma boa movimentação de clientes na manhã desta terça-feira (12). E Aguiar acredita que irá melhorar ainda mais.
"Temos uma cultura forte de verão e férias. Estamos bem posicionados e o mercado está equilibrado. Acredito muito nessa retomada, pois nossa identidade comercial de moda praia, íntima e academia é anual, não fica restrita só em julho. Nossa proposta comercial é focada nisso. Ainda há um certo temor do consumidor, mas a gente acredita muito que na segunda quinzena as pessoas vão sair mais, se divertir e comprar. Estamos muito otimistas para a segunda metade do mês", diz ele, ao comentar que as vendas costumam dobrar no mês de julho, fenômeno que ele classificou como o "Natal" do segmento de moda praia.
Segundo ele, o importante é negociar bem com os fornecedores e impactar os clientes da menor maneira possível com os reajustes derivados da inflação. "E também temos uma política forte de atacado", revela.
Felipe Marques trabalha há dois anos no ramo e conta que as vendas em atacado são importantes, afinal, nesta época, há um número grande de revendedores que se deslocam para as cidades do interior paraense. Na loja dele, a partir de cinco peças, os descontos já aparecem.
"Tem melhorado muito. Junho estava bem fraco, agora em julho está melhor. Estão procurando mais roupa para a praia e biquínis. Sandália também está vendendo bem. Acho que na segunda metade vai ter mais gente, mas nessa semana que passou foi muito bom. Aqui, a partir de R$13 ou R$15 reais já compra o shorts. A camisa é R$20. A gente vende com uma porcentagem baixa de lucro", revela.
Beto César concorda. Ele trabalha há quatro anos numa loja de variedades e nota que o movimento está acima da expectativa para a primeira quinzena. "Está surpreendendo. Ainda está no início. Esperávamos o movimento a partir do dia 15. Está saindo muita moda praia, biquíni, sunga, a moda praia leve e colorida. Chapéu e boné também. Eu acredito que esse movimento deve aumentar entre os dias 15 e 20 porque nos últimos finais de semana deve ter mais gente", prevê.
Para a assessora econômica da Federação, Lúcia Andrade, os números são positivos apesar da atual situação econômica do Brasil, apesar de alguns fatores limitantes como a inflação e os juros elevados, além do nível de endividamento das famílias.
"Esse otimismo reflete as expectativas para as vendas de julho e é influenciado pelo crescimento do volume de vendas entre janeiro e abril de 2022, que para o varejo ampliado paraense cresceu 7,2%. Mesmo com as margens de lucro ainda comprimidas e o custo do crédito alto, os comerciantes sentiram a rotatividade dos estoques melhorar no mês de junho em relação ao ano passado", avalia.
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