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Vendas no varejo do Pará recuam pelo segundo mês consecutivo

Após queda influenciada pela pandemia do novo coronavírus, setor iniciou uma recuperação nos meses seguintes

Thiago Vilarins

O volume de vendas do varejo paraense retraiu 0,7% em outubro, na comparação com setembro, repetindo a taxa negativa do mês anterior (-2,6%), que interrompeu quatro meses seguidos de alta. Após a queda influenciada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) em março e abril (-23,9%), o setor iniciou uma recuperação nos meses seguintes - maio (2,5%), junho (39,6%), julho (2,2%) e agosto (2,7%) - retomando o patamar anterior à crise sanitária.

Este também é o resultado mais baixo para o mês de outubro desde 2008, quando anotou queda nas vendas de 1,3%. No mesmo período de 2019, o varejo local anotou alta mensal de 2%. Já na comparação anual (entre outubro de 2019 e outubro de 2020), o comércio paraense cresceu 14,2%. As informações são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada ontem (10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além do Pará, apenas outros quatro Estados anotaram pressão negativa em outubro: Tocantins (-5,4%), Roraima (-2,2%), Minas Gerais (-0,3%) e Maranhão (-0,3%). Por outro lado, os principais resultados positivos foram os da Bahia (3,5%), Piauí (3,1%) e Mato Grosso do Sul (2,9%). Em todo o País, na contramão do desempenho paraense, as vendas do comércio varejista cresceram 0,9% em novembro, sexta taxa positiva consecutiva desde maio. Com a elevação, o patamar do varejo nacional está 8,0% superior a fevereiro, nível pré-pandemia. No caso do Pará, mesmo com recuo, o nível de vendas está 12,5% superior ao de fevereiro.

"Depois de quedas muito expressivas em março e abril, o varejo nacional vinha em trajetória de crescimento, porém em ritmo de desaceleração – maio (12,2%), junho (8,6%), julho (4,6%), agosto (2,9%) e setembro (0,5%). Esse resultado de outubro mostra um repique para cima, que precisamos ter cuidado para avaliar como uma retomada da aceleração. No mínimo, mostra um folego da economia num patamar que já estava alto", analisa o gerente da PMC, Cristiano Santos.

Entre as oito atividades pesquisadas, sete tiveram taxas positivas na comparação com setembro: Tecidos, vestuário e calçados (6,6%), Livros, jornais, revistas e papelaria (6,6%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,7%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,3%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,9%), Combustíveis e lubrificantes (1,1%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,6%). Apenas o setor de Móveis e eletrodomésticos (-1,1%) recuou.

Santos destaca que o resultado de outubro está acima do dado de fevereiro, anterior a pandemia. O crescimento, porém, foi desigual, com altas em Móveis e eletrodomésticos (19,0% acima de fevereiro), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (13,3%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,6%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (6,1%). As outras quatro atividades tiveram quedas, sendo elas Livros, jornais, revistas e papelaria (-33,7%), Combustíveis e lubrificantes (-4,7%), Tecidos, vestuário e calçados (-4,6%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,1%).

"O varejo ampliado mostra o mesmo comportamento, 4,9% acima de fevereiro, com cinco taxas positivas e cinco negativas. Material de construção teve o maior crescimento (21,5%) e Veículos, motos, partes e peças, o menor (-5,2%), depois de Livros", analisa Cristiano Santos. No Pará, o comércio varejista ampliado do Pará, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, apresentou retração de 0,9% em outubro na comparação com setembro de 2020, na série com ajuste sazonal, repetindo a taxa negativa de setembro (-3,0%),  após as altas intensas dos últimos meses: maio (2,4%), junho (44,1%), julho (5,4%) e agosto (4,6%).

Para Santos, alguns fatores explicam esse comportamento: “Hiper e supermercados e Artigos farmacêuticos não tiveram suas lojas fechadas. Além disso, os mercados, logo no início da pandemia, absorveram parte das vendas de atividades que pararam. Já as atividades de Material de construção e Móveis e eletrodomésticos tiveram o impacto do componente renda, com o auxílio emergencial, que propiciou às famílias realizarem pequenas reformas e substituírem itens para a casa”.

O gerente do IBGE destaca, ainda, que a pressão inflacionária dos últimos meses segurou o crescimento da atividade de hiper e supermercados: "Quando olhamos para o volume, agosto e setembro estão negativos e outubro está positivo. Porém, quando olhamos para a receita, ela só está negativa em agosto", observa.

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Economia
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