Venda de imóveis cai 19% em Belém e Ananindeua no segundo trimestre

Balanço é resultado do Censo Imobiliário apresentado nesta quinta-feira (15)

Daleth Oliveira

O Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA) e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apresentaram nesta quinta-feira (15) o 17° Censo Imobiliário de Belém e Ananindeua, com os resultados do segundo trimestre de 2022. O balanço aponta uma redução de 19% nas vendas do setor nos municípios.

Participaram do evento de lançamento o presidente do Sinduscon-PA, Alex Carvalho; o presidente da CBIC, José Carlos Martins; gestor regional da Brain Inteligência Estratégica, empresa que realizou a pesquisa, Claubert Barreto; e a economista da CBIC, Ieda Vasconcelos.

De acordo com a pesquisa, no segundo trimestre de 2022, a Região Norte teve uma variação de 67,5% nas unidades residenciais lançadas, em relação ao primeiro trimestre deste ano. Já em relação ao mesmo período do ano passado, notou-se uma queda de 15,8%. Quanto às unidades vendidas, a variação foi de 23%, comparado ao primeiro trimestre de 2022. Comparado ao mesmo período do ano passado, o aumento foi de 3,1%.

O balanço de unidades totais lançadas por trimestre aponta que o segundo trimestre de 2022 teve uma queda, em relação ao primeiro trimestre. Nos meses de janeiro, fevereiro e março, o setor registrou um total de 497 lançamentos contra 460 em abril, maio e junho; uma redução de 7,4%.

Entretanto, o mercado imobiliário obteve uma alta de 101,8% nos lançamentos de residencial vertical. No primeiro trimestre de 2022, o total de lançamentos foi de 228, número este que saltou para 460 no segundo trimestre.

Já nas vendas, os números são negativos. O total de unidades vendidas caiu 19%. No primeiro trimestre, foram vendidas 841 unidades. Já no segundo, 681. A queda também foi registrada entre os residenciais verticais vendidos. O número caiu de 605 para 518, uma redução de 14,4%.

Padrão econômico cai em Belém

Na pesquisa, o Sinduscon identificou nenhum lançamento de empreendimento no padrão econômico em Belém. Este custa em média R$ 6 mil por metro quadrado. O levantamento obteve apenas um padrão standard, que o valor é de R$ 6 a 8 mil por metro quadrado. Entretanto, foram seis empreendimentos de padrão médio, que cada unidade custa de R$ 10 a R$ 12 mil por metro quadrado.

Já em Ananindeua, esses lançamentos por padrão são bem diferentes. Foram identificados sete empreendimentos no padrão econômico, dois no padrão standard e nenhum médio ou alto.

Para Alex Carvalho, os dados dos residenciais econômicos são incompatíveis com a realidade da população de Belém. “As pessoas no geral não têm salário para comprar apartamentos de R$ 500 mil a R$ 1 milhão. Então não faz sentido termos mais oferta de apartamentos desse alto padrão que econômico e standard”, considerou.

José Carlos acredita que isso é reflexo de uma dificuldade burocrática para instalar novos empreendimentos em Belém. “Em Fortaleza, um alvará de imóvel fica pronto em minutos e em Belém, meses. Quem sofre com isso é o povo, que precisa comprar uma residência de até R$ 209 mil mas não tem opção”, criticou.

O presidente da Sinduscon explicou ainda que as empresas têm interesse em promover esse mercado mais econômico, entretanto, os impasses são maiores. “Em Belém temos um regramento excessivo, questões burocráticas, margem de lucros apertados, tempo de aprovação longo; tudo isso atrapalha. Então, o ambiente é desfavorável. Há falta de estímulos de políticas públicas. Demanda tem, o que falta é incentivo do setor público”, completou.

“Acho que falta convencimento e conscientização do município de Belém para que tenhamos maior fluidez nas liberações, zoneamento municipal, alvarás mais rápido. Há décadas, temos um engessamento nessas burocracias e por isso, carecemos de uma visão clara e real da importância do mercado imobiliário da capital”, finaliza.

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