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Uso do cardápio digital continua gerando polêmica

Segundo o Procon, consumidores paraenses não têm costume de fazer reclamações sobre o assunto

Camila Azevedo e Igor Wilson
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O modelo de cardápio adaptado para o formato digital ficou mais comum durante a pandemia. Porém, a prática ainda gera polêmica sobre acessibilidade no uso e, para alguns, é motivo de limitação e falta de entendimento. Mesmo sendo um direito assegurado pelo Código de Defesa do Consumidor, o Procon afirma que os paraenses não têm o costume de fazer reclamações nesse sentido, o que pode dificultar as fiscalizações.

Gareza Moraes, diretora do órgão, explica que as informações devem ser repassadas de forma clara ao consumidor, o que obriga os estabelecimentos a oferecer um cardápio também na forma física. “Não deve ser necessariamente só o digital, porque ele limita o uso aos consumidores mais idosos, para quem não tem acesso a internet ou a quem não tem conhecimento. Os que não conseguem o usar vão ter o direito restringido”.

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“Tem que ter acesso de forma clara e fácil. Hoje, no estado, não temos uma lei específica, mas em outros locais, como no Rio de Janeiro, tornaram obrigatório o uso do cardápio físico, assim como o digital. Então, tem que ser disponibilizado das duas formas ao consumidor. Até aqui não temos nenhuma informação do legislativo paraense em torno desse assunto, de tornar obrigatório o uso do cardápio físico”, afirma Gareza.

Nesses casos, o Procon pode ser acionado pelo consumidor em qualquer situação que esse venha a se sentir lesado. Essa é a principal orientação dada. “Se o estabelecimento infringir algum artigo, ele pode ser autuado. O Procon tem poder sancionatório para aplicar qualquer multa ao local que não esteja cumprindo o Código de Defesa do Consumidor, seja pela falta do cardápio físico, seja por produtos e preços não estarem disponíveis de forma clara”, diz.

WhatsApp e Ifood dominam cardápios digitais

Nos últimos três anos houve um crescimento significativo na adoção de cardápios digitais no Brasil. Essa tendência é impulsionada principalmente pela transformação digital e pela evolução tecnológica, mas também pelo período de pandemia que acelerou a adesão de milhões de novos clientes ao serviço que está mudando a forma como as empresas se conectam com os clientes.

Entre os comerciantes paraenses, a utilização do cardápio digital via WhatsApp ou Ifood são as ferramentas preferidas. Representam uma oportunidade de modernizar a experiência do cliente, reduzir custos e atualizar facilmente os itens e preços do menu. Para Igor Nunes, proprietário de um restaurante vegetariano no bairro do Jurunas, em Belém, a familiariedade que os clientes possuem com as duas redes sociais é o principal motivo da preferência.

“Já tentamos vários cardápios online, o mais acessível é por WhatsApp e pelo Ifood. Acho que é uma questão do cliente estar mais acostumado. O cardápio poe WhatsApp, por exemplo, é nosso campeão. O cliente acessa o cardápio e faz seu pedido sem precisar trocar mensagens conosco, muitas vezes pode fazer o pagamento pelo próprio aplicativo e em caso de dúvida, já manda mensagem direto, tem essa facilidade”, diz o empresário, que costuma receber cerca de 40 pedidos por final de semana, 75% deles via WhatsApp.

“Uma vez mudamos a plataforma, tirando do WhatsApp e passando para outro aplicativo, mas as vendas caíram muito. A dinãmica facilita tanto para o cliente, que faz o pedido como se estivesse numa conversa com alguém, e para nós, pois o aplicativo já diz tudo certinho, só para embalarmos e entregar”, diz.

Consumidor vê vantagens no uso do cardápio digital

O estudante Vitor Mendes, de 23 anos, acredita que o cardápio disponibilizado no formato digital é uma facilidade a mais no dia a dia. Isso porque, para ele, consultar preços e produtos antes de ir ao restaurante virou sinônimo de praticidade. “Nunca tive dificuldade com esse modelo, mas parto do pressuposto de que sempre estou com internet no celular. Gosto do digital porque consigo ver o que tem no local antes mesmo de sair de casa”.

“Eu acho que o cardápio digital expande a fronteira do cliente. Só que é preciso ver o lado das pessoas que não tem essa disponibilidade, que o local que for fornecer o digital e não tiver a opção do cardápio físico, tenha, pelo menos, oferta de internet para transmitir o que o cliente espera. Acredito que tenha que ter acesso a informação básica dentro daquele estabelecimento”, completa.

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