Tucupi em caixinha de leite? Confira a novidade lançada no Pará
Produto 100% natural e sem conservantes traz praticidade para pratos como tacacá e pato no tucupi, ícones da culinária amazônica

Um dos ingredientes mais tradicionais da culinária amazônica, acaba de ganhar uma nova apresentação que promete facilitar o consumo e ampliar sua durabilidade. Uma empresa paraense lançou o tucupi com jambu em embalagem 'longa vida', tal qual às de leite em caixa, com promessa de conservação prolongada sem adição de conservantes.
A novidade foi anunciada às vésperas do Círio de Nazaré, quando o consumo de pratos típicos como o pato no tucupi e o tacacá aumenta em todo o Pará. Segundo a marca, o produto é 100% natural, sem glutamato monossódico e livre de conservantes. A proposta é levar o sabor da Amazônia para mais lares, com mais praticidade e segurança alimentar.
Parceria garante tucupi padronizado e durável
O tucupi em caixinha é fruto de um projeto desenvolvido pela empresa paraense Amazon Flavors com a Tetra Pak. A ideia nasceu da demanda de restaurantes do Brasil e do exterior, que buscavam um tucupi com padrão de qualidade estável.
“O grande problema era a variação entre os lotes. Hoje comprava de um jeito, amanhã de outro. Agora conseguimos homogeneizar o produto e garantir um shelf life interessante”, explica Julio Lobato, responsável pelo projeto.
Segundo ele, a nova fórmula elimina ingredientes comuns nas versões industrializadas, como glutamato monossódico, corantes e conservantes. “Substituímos o glutamato pela flor do jambu e o corante por açafrão, mantendo o sabor e a cor amarela do tucupi, com segurança alimentar”, detalha. O produto é 100% natural e pode ser armazenado por até um ano sem refrigeração.
Inovação tecnológica e impacto na economia
Além da inovação tecnológica, o projeto tem impacto direto na economia local. Atualmente, 46 famílias de produtores da agricultura familiar participam do cultivo da mandioca usada na produção. “A gente padroniza desde o plantio até a embalagem. Isso garante rastreabilidade e valoriza a produção regional”, afirma Julio.
A escolha da embalagem 'longa vida' também está ligada ao compromisso com a sustentabilidade. “É uma embalagem 100% reciclável, que resolve problemas comuns do uso de PET lavada, como contaminação e fermentação inadequada do tucupi”. "A mandioca é o primeiro alimento do brasileiro, do indígena. Talvez esse seja o primeiro produto originário de povos tradicionais a ser embalado em Tetra Pak. É um passo importante para valorizar a biodiversidade da floresta e de quem vive nela", complementa Julio Lobato.
O que é tucupi e como ele é feito?
O tucupi é um caldo amarelado, ácido e aromático, extraído da mandioca brava. Após a extração, o líquido é fermentado e cozido por horas com temperos como chicória, alho e sal. O preparo é necessário para eliminar a toxicidade da planta, tornando o caldo seguro para consumo.
Normalmente, ele é vendido em feiras e supermercados embalados em garrafas pet geralmente de 600ml, 1l, 1litro e meio e dois litros. A novidade, promete um armazenamento melhorado e ainda durabilidade de um ano.
Veja as etapas da produção tradicional do tucupi
- Extração da raiz: a mandioca brava é descascada e ralada.
- Espremer e separar: o líquido é separado do amido após repouso.
- Fermentação e cozimento: o caldo é fermentado e depois fervido com temperos.
- Resultado: um caldo ácido, amarelo e com sabor marcante, típico da região.
Onde o tucupi é usado?
Ingrediente essencial em pratos típicos do Norte do Brasil, o tucupi está presente em receitas como:
- Pato no tucupi: prato tradicional servido no Círio de Nazaré.
- Tacacá: 'caldo' com tucupi, goma de tapioca, jambu e camarão.
- Molhos e caldeiradas: usado como base ácida e aromática para outras preparações.
- Arroz: usado também para cozinhar arroz e deixar um gostinho bem característico.
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Tradição e inovação na mesma embalagem
O tucupi representa uma herança dos povos indígenas amazônicos e reflete a riqueza da culinária regional. Com a nova embalagem, o produto busca alcançar novos públicos e facilitar o transporte, o armazenamento e o preparo, mantendo o sabor e a identidade cultural.
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