Silicon Valley Bank: entenda a falência do banco e como isso pode impactar a economia
Banco tinha mais de R$1 trilhão em ativos e era um dos 20 maiores dos EUA
Autoridades americanas anunciaram na sexta-feira (10) a falência e, consequentemente, o encerramento das atividades do Silicon Valley Bank (SVB), banco financiador de startups e financiadores. A notícia provocou apreensão entre clientes que não conseguiram movimentar o dinheiro aplicado na instituição financeira.
Um dos fatores que resultou na falência do SVB foi o aumento na taxa de juros dos EUA, que passou de 0,25%, em 2020, para 4,75%, em fevereiro de 2023, em uma tentativa do Banco Central americano de controlar a inflação.
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Como o setor de tecnologia começou a desacelerar nos últimos meses, com os constantes aumentos na taxa de juros para frear a inflação, as empresas atendidas pelo SVB começaram a retirar o dinheiro mais rápido do que o esperado.
O banco havia realizado uma série de investimentos no Tesouro dos EUA e em títulos de dívida pública ligados ao governo. Com o aumento da taxa de juros, os valores desses títulos foram caindo.
A imprensa americana relatou que, na quarta-feira (6), o SVB anunciou a venda de diversos títulos com prejuízo.
Venda bilionária de ações
Em uma tentativa de equilibrar as contas, o SVB afirmou que venderia US$ 2,25 bilhões em novas ações. Entretanto, o anúncio gerou pânico em empresas de capital de risco, fazendo com que investidores retirassem dinheiro do banco.
Na quinta-feira (9), o presidente-executivo do banco, Greg Becker, pediu para os clientes manterem a calma. No entanto, muitos investidores não confiaram no pedido de Becker, e as ações despencaram 60%, fazendo o SVB perder quase US$ 10 bilhões, segundo a Bloomberg.
A maior instituição desde o colapso de 2008
O SVB é a maior instituição a quebrar desde o colapso no sistema financeiro americano em 2008, que, à época, gerou uma crise mundial.
O Silicon Valley Bank tinha cerca de US$ 209 bilhões em ativos até o fim de 2022, o que o tornava o 16º maior banco dos EUA, segundo o o banco central dos EUA.
Além disso, o banco é parceiro bancário de quase metade das empresas americanas de tecnologia e saúde apoiadas por capital de risco listadas nas bolsas de valores no ano passado.
A preocupação de que outros bancos possam enfrentar problemas semelhantes levaram à venda generalizada de ações de bancos em todo o mundo na quinta-feira e no início da sexta-feira.
Bolsas ao redor do mundo registraram quedas no final de sexta: a Nasdaq de 1,7%, S&P 500 1,4% e Dow Jones 1%. Os principais índices europeus e asiáticos também fecharam em baixa, com a FTSE 100 caindo 1,6%.
O impacto do fim do SVB ainda não está claro, mas especialistas em economia dos EUA afirmam não acreditar que a falência do banco cause um efeito dominó semelhante ao que levou à crise financeira de 2008.
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