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Setor empresarial de Barcarena prevê melhorias com construção de ferrovia

O novo modal teve sua construção autorizada pelo Ministério da Infraestrutura

Elisa Vaz/ O Liberal

Representantes do poder público e do empresariado de Barcarena, município paraense, avaliam como positiva a construção da ferrovia Açailândia-Barcarena, que liga o Maranhão à cidade do Pará. O modal ferroviário foi autorizado pelo Ministério da Infraestrutura (MInfra), dentro do programa federal Pro Trilhos, lançado em 2021, e faz parte do grupo de três ferrovias solicitadas que têm como destino final o porto de Vila do Conde.

Prefeito de Barcarena, Renato Ogawa diz que a ferrovia é uma excelente notícia para o município e toda a região. Para ele, a estrutura mostra a compreensão do governo federal sobre a importância do investimento em infraestrutura para tornar os portos mais competitivos. No mercado de commodities, em que os preços são fixados pela oferta e pela demanda internacional, contar com uma infraestrutura eficiente faz toda a diferença na competitividade, segundo ele.

“Com a autorização da Açailândia-Barcarena e a chegada de novas ferrovias, está claro que Barcarena estará no centro desse crescimento econômico. Com os projetos de expansão tanto do nosso porto público, da CDP, como dos portos privados, que a partir de agora devem virar realidade, teremos a abertura de muitos postos de trabalho, consolidando a posição de destaque do município como grande gerador de empregos no Estado. O nosso desafio é fazer com que essas oportunidades beneficiem também a população, investindo incansavelmente na qualificação dos nossos jovens”, comenta.

O prefeito ainda diz que a atividade portuária deve atrair cada vez mais empresas, incrementando a geração de empregos e negócios, aquecendo a economia, mas criando uma forte pressão por infraestrutura rodoviária, retro portuária, urbana e aumentando consideravelmente a demanda por serviços públicos. O chefe do Executivo municipal acredita que Barcarena, em pouco tempo, assumirá a posição de uma das mais importantes cidades do país.

O presidente da Associação Comercial Empresarial de Barcarena (Asseb), Luiz Souza Filho, diz que a ferrovia transportará, principalmente, carga de minério de ferro, no trecho de Açailândia –Barcarena, conectando à Norte Sul, tramo Norte. Em sua avaliação, o projeto trará uma nova amplitude na cadeia de serviços e indústria, e ampliação comercial local, como em rede hoteleira e a venda de produtos inerentes à cadeia deste novo ciclo logístico multimodal.

“A economia de Barcarena, caracteristicamente, se deu por meio de sua base portuária, a qual empresas dos setores da mineração iniciaram suas fundações industriais em Vila do Conde, dentro de Barcarena, onde, atualmente, não somente a indústria do minério tem protagonismo, como também a indústria do agronegócio com sua gestão de escoamento de grãos, além da indústria de combustíveis e indústrias de fertilizantes, que vêm buscando se instalar no município”, afirma Luiz.

Para ele, este é um processo de transformação da economia local e no Estado como um todo. “Não tenho dúvidas de que, com este movimento de inclusão de Barcarena no projeto ferroviário brasileiro, teremos ainda mais oportunidades de expansão tanto da micro como da macro economia de nossa cidade”.

Em reportagem especial publicada no último domingo (9), o secretário nacional de transporte terrestre, Marcello Costa, afirmou, em entrevista exclusiva, que Barcarena vai ter uma ferrovia ligando à Norte-Sul até Açailândia. “Tem outra que vai até o sul do Estado, até Santana do Araguaia, captando importante polo agrícola e pecuário do Estado. E tem outra ligação indo até outra parte do Maranhão (ferrovia proposta pela Vale). Então Barcarena certamente será um grande pólo ferroviário, assim como hoje é Lucas do Rio Verde (MT), no centro do país. Vamos ter Barcarena como grande pólo multimodal no país, com uma grande capacidade de exportação não só de minério, mas agrícola também e com atração de outros empreendimentos”, adiantou.

O MInfra já recebeu a formalização de nove pedidos de autorização de empresas privadas para construir diferentes estradas de ferro no Pará. Somados, os investimentos previstos para a implantação dessas obras de logística chegam a R$ 40,6 bilhões e, se os projetos forem concretizados, irão promover a implantação de 3,6 mil quilômetros de malha ferroviária com os traçados, boa parte deles no interior do Estado. A estimativa, segundo o próprio governo federal, é de que essas ações possam gerar um acumulado de 395,4 mil empregos projetados.

No caso de Barcarena, Luiz acredita que haverá uma aceleração nos índices de contratações, o que resultará em benefícios aos restaurantes, hotéis, comércios e outras áreas. O presidente da Associação salienta, no entanto, que o empreendedor seja preparado e capacitado para as novas demandas e exigências que o mercado de mobilidade de pessoas e cargas trará. “Precisamos ter olhos de águias para que possamos nos posicionar de maneira a construir novos caminhos, para que parte da prosperidade que circulará nesses vagões da ferrovia gere um corredor de sustentabilidade e uma atmosfera positiva, gerando renda e novos empregos. É fundamental prepararmos nossa economia a tal ponto que os empregos aqui gerados não sejam apenas de nível básico e, sim, que nossos moradores ocupem nesta nova cadeia logística os empregos com mais especialidades e maiores índices salariais”, avalia.

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